Avaliação sérica da concentração de androstenediona e estrona em cadelas com carcinoma mamário e influência de suplementação com óleo de peixe na taxa de sobrevida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Keidylania Costa
Orientador(a): Lima, Alessandra Estrela da Silva
Banca de defesa: Meneses, Iris Daniella Santos, Cassali, Geovanni Dantas, Santos, Stefanie Alvarenga, Melo, Stella Maria Barrouin
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
Programa de Pós-Graduação: Pós-graduação em Ciência Animal nos Trópicos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31749
Resumo: Nas últimas décadas uma maior relevância tem sido dada as habilidades do tecido adiposo desde que foi atribuída a ele a função endócrina, sugerindo que provavelmente trate de um componente do metabolismo hormonal no organismo, mais um fator que se soma para relacionar a obesidade ao câncer. Em adição estudos demonstraram que elementos relacionados à obesidade, como exemplo de excesso de colesterol, induzem angiogênese e aceleram o desenvolvimento e o crescimento in vivo de tumores mamários. Neste contexto objetivou-se avaliar a existência da conversão de androstenediona em estrona no tecido adiposo de cadelas portadoras de carcinoma mamário e traçar o perfil lipídico e metabólico das fêmeas com neoformações mamárias e comparar os resultados com a condição corporal, malignidade, obesidade e status reprodutivo, além de estudar o efeito da suplementação de omega-3 como um tratamento complementar em cadelas com carcinoma mamário. A amostragem de sangue periférico pré e pós-mastectomia foi colhida para avaliação de androstenediona/estrona (Kits ELISA de competição) e perfil lipídico - colesterol total, HDL-colesterol, VLDL, LDL e triglicerídeos, bem como lactato, cálcio, glicose, albumina, proteína total e globulina (Kits bioquímicos). Após 15 dias da cirurgia, 7 fêmeas foram selecionadas para suplementação com ômega 3 a 90%, seguido de ômega 3 a 60% durante 30 dias. O perfil lipídico e metabólico foi avaliado no início, meio (30º dia) e final (60º dia) do período de suplementação, comparando os resultados com a condição corporal, obesidade, status reprodutivo, além de avaliar a expressão dos receptores para estrógeno, progesterona e aromatase P 450 por meio de imunohistoquímica em cadelas com carcinoma mamário. Com isso foi observado que houve maior envolvimento de cães da raça poodle 26,09% (12/46). As fêmeas apresentaram predominantemente escore corporal 4 (45,65%), índice de massa corporal acima do valor de referência (45,65%) e 39,13% das fêmeas apresentaram porcentagem de gordura corporal dentro do padrão. Houve diferença significativa nos valores médios dos níveis de triglicerídeos (p = 0,0363) e VLDL (p = 0,0181). A concentração de albumina e lactato foi maior em cães fêmeas com tipo histológico mais agressivo (CTM pré = 2.685; pós = 2.53, pré-Ca = 2.85; pós = 2,75). Não houve alteração no perfil lipídico após suplementação com óleo de peixe em qualquer concentração. No entanto, observou-se alterações na glicose (p = 0,0067), proteína total (p = 0,0002) e globulina (p = 0,0002) quando o óleo de peixe com 90% de omega-3 foi utilizado como suplementação. Não houve diferença estatística na concentração de androstenediona no que tange o tipo histológico, mas houve diferença com relação a porcentagem de gordura corporal. A avaliação da aromatase P450 indicou maior expressão dessa enzima no tecido adiposo, sugerindo aromatização da androstenediona, com produção de estrógeno no tecido adiposo. Com relação aos receptores, observou-se maior expressão de receptores para progesterona em tecido adiposo peritumoral. Assim é possível afirmar que há aromatização da androstenediona em cadelas com excesso de tecido adiposo, sendo um possível fator envolvido na carcinogênese mamária e as cadelas obesas apresentam perfil lipídico alterado e tumores mais agressivos (Ca), sugerindo uma relação entre agressividade tumoral e perfil lipídico e metabólico