Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Dassis, Mario Jorge Melhor Heine |
Orientador(a): |
Lima, Alessandra Estrela da Silva |
Banca de defesa: |
Laranjeira, Damiela Farias,
Cassali, Geovanni Dantas,
Damasceno, Karine Araújo,
Oria, Arianne Pontes |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-graduação em Ciência Animal nos Trópicos
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31759
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Resumo: |
Buscando uma melhor compreensão sobre o perfil dos leucócitos do sangue periférico e a suas correlações com o avanço do câncer de mama em cadelas, objetivou-se com a realização do presente estudo avaliar o potencial prognóstico/preditivo de biomarcadores imunofenotípicos (razão CD4+/CD8+ e expressão do IMF em monócitos), bem como, a eficácia da quimioterapia antineoplásica adjuvante a base de carboplatina, em cadelas portadoras de câncer de mama em estadio avançado ou com graduação histológica ≥ II. Foram avaliadas 100 cadelas, sendo 10 cadelas hígidas (grupo controle) e 90 cadelas portadoras de carcinomas mamários classificados histologicamente em dois grupos: (60) carcinomas em tumores mistos (MCT) e (30) outros carcinomas (MC). As pacientes foram submetidas a análise clinico-patológica, imunofenotipagem dos leucócitos do sangue periférico por citometria de fluxo, diagnóstico e graduação histopatológica do tumor, além da avaliação da taxa de sobrevida trimestral por até 2 anos após a cirurgia. Cadelas com estadiamento ≥ IV ou tumores com graduação histológica ≥ II foram submetidas a quimioterapia com carboplatina. A idade das cadelas estudadas variou entre cinco e 18 anos. Animais sem raça definida foram mais frequentes (55,5%), seguidos pela raça poodle (23,3%). Estadio III, apresentação multicêntrica, acometimento bilateral e envolvimento das mamas abdominais e inguinais foram predominantes. A análise microscópica revelou resposta inflamatória associada ao tumor do tipo linfohistiocitária multifocal moderada no grupo MCT e intensa no grupo MC, sendo os linfócitos a população predominante, seguida dos macrófagos. A imunofenotipagem revelou valores significativamente menores de linfócitos T e de suas subpopulações (TCD4+ e CD8+) nos grupos MCT e MC em relação ao controle. Percentuais de CD4+ e CD8+ foram significativamente menores em pacientes com tumores MCT grau II em comparação ao grau I. A razão CD4+/CD8+, os percentuais de linfócito B e CD14+ foram significativamente maiores nos grupos MCT e MC em relação ao controle. A intensidade média de fluorescência (IMF) do MHC I e II em monócitos foi significativamente maior no grupo MC em relação aos demais grupos. A avaliação das pacientes com base nos parâmetros propostos pelos biomarcadores razão CD4+/CD8+ e a expressão do IMF de 2 MHC I em monócitos possibilitou a segregação de cadelas com alta probabilidade de sobrevivência ou morte, para os grupos MCT e MC, respectivamente. A análise da curva ROC com pontos de corte que definem razão CD4+/CD8+ atestam bons parâmetros probabilísticos, com sensibilidade de 100%, especificidade de 93,18% e acurácia de 97,8%, enquanto para MHC I sensibilidade de 100%, especificidade de 86,21% e acurácia de 99,8%. Pacientes tratados com quimioterapia, independente do grupo tiveram sobrevida global maior. Estes pacientes tratados quando segregados pelo grupo histológico e com base nos parâmetros dos biomarcadores revelaram melhores respostas nos pacientes com razão CD4+/CD8+ ≤1.8 para grupo MCT e IMF de MHC I/CD14≤100 para grupo MC. A análise multivariada revelou poder prognóstico independente para o biomarcador IMF de MHC I/CD14. Com base nos resultados conclui-se que a razão CD4+/CD8+ e a expressão de MHC I em monócitos possuem tanto potencial prognóstico quanto preditivo para cadelas portadoras de carcinomas mamários. Contudo, é necessária a aplicação desses biomarcadores em seus grupos específicos de carcinomas, considerando também a associação a outros fatores prognósticos clássicos. Cadelas portadoras de tumores MCT com graduação histológica ≥ II devem ser submetidas ao tratamento quimioterápico adjuvante, mesmo na ausência de envolvimento nodal. A quimioterapia antineoplásica, a base de carboplatina, foi efetiva no alcance de maior sobrevida podendo ser indicada nos casos de tumores de mama, porém em alguns casos, não debelou a doença em curso. |