Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Sandra Maria |
Orientador(a): |
Telles, Lígia Guimarães |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da UFBA
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11449
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Resumo: |
A dicotomia arte elevada e arte popular industrial foi, em grande parte, o elemento que opôs os movimentos modernista e pós-modernista no século XX. Se o modernismo caracterizou-se por se posicionar politicamente contra a cultura de massa, vista como representativa do capitalismo burguês, o pós-modernismo apresenta-se numa relação mais flexível com a indústria de massa. A arte contemporânea mistura elementos provenientes da indústria cultural serializada com textos da herança clássica ocidental, através de práticas intertextuais, intersemióticas e paródicas. Quando mistura o elemento industrial ao objeto canônico, a arte pós-moderna enfraquece a dicotomia popular / erudito, diluindo as fronteiras que separam os objetos em classes hierárquicas de alta e baixa cultura. Dentre as artes pós-modernas o romance contemporâneo tem papel fundamental na diluição dessa fronteira, pois, através da experimentação intersemiótica e da renovação das formas narrativas, põe em funcionamento uma intensa prática auto-reflexiva que problematiza a nossa forma de compreender a experiência e força a ultrapassagem de modelos estéticos estabelecidos. A inserção de referências a obras de arte dos vários períodos da arte clássica ocidental (Antiguidade Greco-Romana, Renascimento, Barroco, Neo-Classicismo) funciona como contraponto ao desconforto, inquietação, fragmentação e multiplicidade da vida moderna, por trazerem à tona modos de representação de tempos em que o homem era a medida de todas as coisas do mundo. O romance espanhol Corazón tan blanco do escritor Javier Marías é um caso de narrativa romanesca que movimenta signos tanto da indústria da imagem ? televisão, cinema e vídeo ? quanto da tradição clássica da pintura ocidental. As pinturas de Velásquez e Rembrandt, as gravuras de Dürer, o drama shakespeareano Macbeth conferem erudição ao romance e insuflam o diálogo arte clássica e romance popular na representação do mal-estar e perplexidade do homem diante do indiferente e opressivo mundo contemporâneo. |