Fatores de risco cardiovascular, crenças e atitudes de indivíduos com doença arterial coronária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gama, Glicia Gleide Gonçalves lattes
Orientador(a): Mussi, Fernanda Carneiro lattes
Banca de defesa: Mussi, Fernanda Carneiro lattes, Guimarães, Armênio Costa lattes, Pereira, Álvaro lattes, Sadigursky, Dora lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40212
Resumo: A doença arterial coronária (DAC), causa importante e crescente de morbidade e mortalidade mundial, está associada à presença de fatores de risco cardiovascular (FRCV) e seu controle sofre influência das crenças e comportamentos dos indivíduos. Este estudo teve como objetivo geral avaliar FRCV, crenças e comportamentos de indivíduos com DAC; e específicos: descrever os FRCV e o seu grau de controle e as crenças e comportamentos desses indivíduos relativos à DAC e ao controle dos FRCV. Trata-se de estudo descritivo, exploratório, de corte transversal realizado em ambulatório de cardiologia de um hospital público, em Salvador/BA. A amostra foi de 100 adultos com DAC, de ambos os sexos. Para a coleta de dados foi elaborado instrumento específico e os dados foram levantados por meio de entrevista, avaliação clínica e laboratorial. Os resultados foram analisados em números absolutos, percentuais, médias e com base na técnica de codificação de dados qualitativos da Teoria Fundamentada em Dados. Os resultados evidenciaram um predomínio de homens (56%), na faixa etária <60 anos (54%), raça/cor negra (84%), pessoas com companheiro (52%), sem ocupação (68%), baixa escolaridade (87%) e renda (82%). Teve diagnóstico médico de angina instável 18% e infarto do miocárdio 82%, a maioria há menos de um ano. A maioria relatou hipertensão arterial (94%), alteração da gordura no sangue (83%), não praticar exercício físico (76%), abandono do tabagismo (59%) e da bebida alcoólica (51%). Todas as mulheres e 82% dos homens tinham circunferência abdominal aumentada, 19% glicemia casual >200 mg/dL, 36% sobrepeso, 28% obesidade, 65% algum estágio de hipertensão arterial, 65% HDL-C baixo, 41% Não-HDL alto. Constataram-se triglicérides altos na ausência de jejum em 53%. A média de agregação de FRCV por participante foi de 4, de crenças em saúde sobre a causa 1,53 e medidas de controle da DAC 1,45. A causa da doença era desconhecida por 17% e o controle por 18%. Como crenças para causa sobressaíram o estresse cotidiano (35%) e a alimentação inadequada (28%); e, para o controle, fazer dieta (32%), tomar medicamentos (27%) e evitar o estresse (22%). Apenas 22% acreditavam que o tratamento duraria a vida toda, 48% que medicações, cirurgia ou angioplastia curariam a DAC. Verificou-se uso de gorduras inadequadas, redução do sal e gordura e predomínio de alimentos cozidos, assados e grelhados. Consumiam carne de boi 56%, bolos e biscoitos industrializados 61%, refrigerantes 80%, 1 a 2 xícaras de café por dia 67% e 2 ou mais ovos por semana 33%. Catorze participantes não receberam orientação para o controle da DAC e, dos que receberam, 38% relataram não segui-las; 34% não cumpriam integralmente a receita médica. As condições econômicas deficitárias foram a principal razão para não seguimento do tratamento. Concluiu-se que em indivíduos de alto risco cardiovascular e baixa condição socioeconômica constataram-se a presença e o descontrole de vários fatores de risco cardiovascular, média baixa de crenças em saúde sobre as causas e medidas de controle da DAC, crenças equivocadas sobre a cura e tempo de tratamento e que parte da amostra não segue o tratamento. O estudo ofereceu subsídios para reflexão e proposição de práticas de cuidar visando ao controle da DAC.