Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Kaiza |
Orientador(a): |
Lima, Uallace Moreira |
Banca de defesa: |
Cajazeira, Jorge Emanuel Reis,
Leite, Fabricio Pitombo,
Ferreira Júnior, Hamilton de Moura,
Jesus Júnior, Leonardo Bispo de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Economia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Economia Mestrado e Doutorado em Economia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30946
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Resumo: |
Nas últimas décadas ocorreram grandes transformações na estrutura produtiva mundial que resultaram em uma crescente fragmentação internacional da produção através das cadeias globais, o que imputou novas dinâmicas e padrões ao comércio internacional. Nesse contexto, compreender a atual dinâmica do comércio internacional requer o entendimento das novas formas de organização da produção, nas quais a dispersão das tarefas globalmente, a estrutura de governança e as interdependências produtivas bilateralmente assumem papel preponderante. Com este objetivo, esta tese analisou a dinâmica da indústria de papel e celulose global, bem como seu funcionamento e tendência dentro da perspectiva das cadeias globais de valor (CGVs), assim como o papel desempenhado pelo Brasil nesse contexto. O intuito do estudo realizado foi entender como a reestruturação produtiva capitalista e a lógica de produção e comercialização realizada através das CGVs influenciaram a atual dinâmica e o funcionamento da indústria de papel e celulose global e da indústria brasileira, como também identificar como a indústria de papel e celulose brasileira se insere nesse panorama e quais são os principais parceiros comerciais do Brasil na CGV. A primeira hipótese defendida é que a indústria global de papel e celulose se configura como uma das principais indústrias que têm passado por transformações com a internacionalização da produção, o que tem resultado em uma maior integração entre os países produtores do Hemisfério Norte com os países do Hemisfério Sul, com destaque para o Brasil. Contudo, a integração da indústria brasileira à CGV de papel e celulose tem sido mais intensa a montante do que a jusante. A segunda hipótese defendida é que o Brasil tem se inserido principalmente como exportador de produtos brutos e sua competitividade tem sido baseada no fornecimento de recursos naturais. Para tanto, utilizou-se a metodologia do valor adicionado das exportações brutas desenvolvida por Borin e Mancini (2017a) e dados secundários sobre produção, exportação e importação dos maiores players produtores da CGV. Os resultados encontrados confirmaram as hipóteses estabelecidas ao apontarem que há uma mudança estrutural em curso na indústria de papel e celulose global favorecida pela lógica das CGVs e que o Brasil tem se destacado como grande player produtivo com tendência crescente nas participações de produção e exportação, sendo o país que mais adiciona valor doméstico nas exportações da indústria em termos percentuais quando comparado aos demais países da análise. Todavia, a maior participação desse valor adicionado é nas exportações de bens intermediários que são absorvidos diretamente por importadores para produzir bens finais locais, o que conferiu ao Brasil um baixo índice de participação na cadeia quando comparado aos principais produtores e exportadores do setor. De modo que se pode concluir que dentro da lógica das CGV o Brasil tem uma participação mais a montante da cadeia e suas estratégias de inserção seguem a lógica da dotação natural dos fatores produtivos. |