Geografias insurgentes: práticas espaciais e a luta pela autonomia da juventude negra e periférica em Salvador-BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Célio José dos lattes
Orientador(a): Serpa, Angelo Szaniecki Perret lattes
Banca de defesa: Serpa, Angelo Szaniecki Perret lattes, Dias, Clímaco César Siqueira lattes, Barbosa, Jorge Luiz lattes, Turra Neto, Nécio lattes, Hita, Maria Gabriela lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36953
Resumo: Na última década, emergiram na cena cultural da cidade de Salvador inúmeros saraus literários, que se espalharam pela cidade, e, em sua maioria, organizados pela juventude negra, pobre e periférica, a qual enxergou no sarau uma forma de mobilização e auto- organização política baseada nos princípios libertários: autogestão, autonomia, ajuda mútua e horizontalidade. Nesse contexto, partindo do princípio de que os coletivos e as manifestações culturais têm sido um laboratório bastante profícuo de experimentação sobre novas formas de operar a política (GHON, 2016), a presente tese tem como objetivo discutir as práticas espaciais insurgentes da juventude, debruçando-se sobre dois coletivos: Bairro da Paz Vive – BDP - e Juventude Ativista de Cajazeiras – JACA; que, por sua vez, organizam os saraus em dois bairros populares da capital baiana, respectivamente: Bairro da Paz e Cajazeiras. Desta forma, busca-se responder às seguintes questões: como são construídos e operacionalizados os princípios libertários nos coletivos pesquisados? Como a ciência geográfica se relacionou/relaciona com o pensamento libertário? Como as práticas espaciais insurgentes desses jovens reverberam no espaço geográfico? Quem são esses jovens e como eles representam (vivem, percebem e experienciam) a juventude? Qual a amplitude das redes de sociabilidade que são tecidas nos saraus e a escala de atuação desses coletivos? Ao final, constatamos que o sarau assume um papel potente na/para a construção de redes de sociabilidade dos jovens na cidade: é a encruzilhada (ROSÁRIO, 2019), o lugar de encontro, de aprender, de fazer, de debater e de construir e de operar a política. O sarau é o nó da rede das tramas de relações que são tecidas na cena política e cultural soteropolitana; é o espaço da produção da autonomia da juventude, é o lugar onde os jovens estão vivenciando, experienciando e construindo um outro modo de ser jovem negro, pobre e periférico na cidade de Salvador.