CONTOS DE AMOR RASGADOS: DIÁLOGOS SOBRE VIOLÊNCIAS DE GÊNERO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Glauce Souza
Orientador(a): Souza, Lívia Maria Natália de Souza
Banca de defesa: Barbosa, Adriana Maria de Abreu, Nascimento Neto, João Evangelista do
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26413
Resumo: Nesta pesquisa intitulada “Contos de amor rasgados: diálogos sobre violências de gênero” empreendo reflexões sobre a representação da violência de gênero nos minicontos da escritora Marina Colasanti publicados no livro Contos de Amor Rasgado (1986). A partir dessas narrativas analiso como Colasanti expõe o casamento como um lugar dessacralizado, onde homens e mulheres atuam em meio uma relação de poder e por meio da sua literatura reivindica um lugar de consciência de gênero. Diante disso, considero o lugar de fala da escritora feminista e baseio-me nos pensadores Jacques Derrida (2014) e Regina Dalcastagnè (2014) para refletir a respeito da literatura como um espaço de poder e de disputa. Assim, a partir de Rosiska Darcy de Oliveira (1993) pontuo como se deu a inserção da mulher no espaço literário. Situo a obra de Marina Colasanti Contos de Amor rasgados (1980) enfatizando o fenômeno da violência a partir de Heleieth Saffioti (2004), estudiosa marxista que contrapõe a ideia de dominação masculina proposta por Pierre Bourdieu (2010), propondo o uso do termo patriarcado e acreditando que quando não utilizamos tal termo o esquema exploração-dominação ganha terreno e se torna invisível. Ainda, a partir das narrativas discuto as regulações que o corpo feminino está sujeito, submetendo, consequentemente, a sexualidade feminina aos padrões e estereótipo sexistas. Em diálogo com Michel Foucault (1977) Elizabeth Grosz (2000) e Guacira Lopes Louro (2000) penso sobre essas regulações. Percebo nas narrativas analisadas um tom de denuncia da insatisfação sexual experimentada por muitas mulheres em relações amorosas, nas quais o machismo constitui-se como a principal base. Além disso, observo que tanto há narrativas que tratam da negação e condenação do prazer e dos desejos corporais femininos quanto da mulher como agenciadora do seu corpo.