Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Villani, Phillip John
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Orientador(a): |
Souza, Iara Maria de Almeida
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Banca de defesa: |
Rabelo, Miriam Cristina Marcilio
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Bensusan, Hilan Nissior
,
Vargas, Eduardo Viana
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Teixeira, Rafael Henrique
,
Souza, Iara Maria de Almeida
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS)
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Departamento: |
EDUFBA
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41188
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Resumo: |
Em seu livro As Leis da Imitação, Gabriel Tarde descreve a imitação como uma ação intercerebral à distância. Pautado numa concepção metafísica particular elaborada a partir da noção de mônada, Tarde desenvolve uma sociologia universal que gira em torno da primazia da possessão enquanto ato constitutivo e característico do cosmo. Nesse sentido, a imitação seria mais uma expressão distinta dessa generalidade cosmológica possessiva. Na presente tese, pretendo destacar certas consequências decorrentes da ideia de que a imitação é uma ação intercerebral. Assim sendo, o cérebro, conceituado dentro dessa visão sociológica como possuído por uma carga agencial idiossincrática, será abordado por meio de três dimensões ou escalas de relevância. Na primeira, exponho a relação entre os processos homeostáticos formativos de seres biológicos em geral, e a conexão destes com o surgimento da consciência, pensando especificamente a partir da conformação neuronal do cérebro. Ressalto, sobretudo, a relação entre os sentimentos primordiais que tecem um diálogo constante entre o corpo e o cérebro, e a maneira pela qual esse tecido se reflete nas crenças e nos desejos cuja imitação é facultada pelo cérebro nesta sociologia. Ao tratar da segunda dimensão, expando o foco da escala neuronal da primeira, para retomar o nível propriamente socioantropológico. Busco mostrar o papel basilar do compartilhamento da intencionalidade, - de acordo com a teoria da intencionalidade compartilhada e o efeito catraca a ela atrelada -, na criatividade antropológica enquanto extensão da recursividade de imagens na mente. Tal recursividade conforma um continuum imagético que media tanto a imitação de crenças e desejos quanto as condições de possibilidade da invenção. Argumento que há assim, uma espécie de proto-metáfora como expressão da possessão de imagens na mente, que poderia instanciar a emergência de invenções através da formação de misturas inéditas de imagens. Finalmente, na terceira escala, passo a considerar a plasticidade do cérebro e seu lugar no ambiente cosmológico. A plasticidade seria um fator irredutível na capacidade do cérebro de mediar e transformar suas relações com o ambiente, - pressupondo uma plasticidade recíproca entre ambientes interno e externo. Isto produz certas consequências às quais se dirigiria uma sociologia tardeana dentro de uma espécie de “materialismo histórico” reformado, tratando da coordenação de um ambiente plasticamente constituído e estatisticamente apreendido num tipo de pensamento ecológico. Realizo uma reflexão acerca de certas condições políticas e materiais no sentido dos arranjos social e tecnológico, resultantes dessa plasticidade e da arquitetura da metafísica de Tarde, que se baseia nos dois pilares da diferença e da repetição. Conforme defendo aqui, o problema da coordenação se torna um aspecto programático crucial à formação arquitetônica da sociologia de Tarde. |