Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Pedro |
Orientador(a): |
Machado, Eduardo Paes |
Banca de defesa: |
Arantes, Rafael Aguiar,
Muniz, Jacqueline de Oliveira,
Lopes, Cleber da Silva,
Santos, Angela Cristina Guimarães |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30544
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Resumo: |
O presente estudo busca compreender o papel das redes formais e informais de segurança e das práticas de policiamento na manutenção da ordem pública festiva na multidão do Carnaval de Salvador. O trabalho de campo foi realizado entre 2013 e 2017, em dois circuitos oficiais do Carnaval (Dodô e Osmar), contabilizando 206 horas de observação direta e participante. De forma complementar, 27 entrevistas semiestruturadas foram realizadas: 17 com foliões, 5 com policiais e 5 com operadores da segurança dos blocos. Também foram analisados vídeos na internet e na mídia social e matérias jornalísticas. A pesquisa demonstrou que a multidão carnavalesca não é um aglomerado desordenado ou informe de foliões. Ao contrário, trata-se de um agrupamento estruturado em função do aproveitamento das oportunidades festivas recreativas e predatórias. É a predominância da fruição das oportunidades recreativas sobre as predatórias que confere uma ordem à multidão carnavalesca. Entre as oportunidades festivas, temos os encontros significativos fundados na curtição, na aventura e na folia. Os encontros, focados e desfocados, entre conhecidos e desconhecidos, envolvem afeto, troca, satisfação e provisão de segurança. Ao tempo que brincam o Carnaval, os foliões promovem a gestão de risco e cooperam com outros atores para a provisão de segurança. Ao lado disso, a festa carnavalesca se caracteriza pelas manifestações de violência, uma vez que para muitos foliões o que interessa são as oportunidades predatórias que acompanham esses encontros. Com efeito, a manutenção da ordem pública não está restrita apenas às práticas de policiamento estatal de controle e gestão de multidão. Além das forças policiais, a preservação da ordem festiva é feita por redes plurais que incluem os foliões, os artistas e os vigilantes dos blocos. A gestão de risco realizada por esses atores plurais visa contrabalançar a elevação da tensão, desconfiança e violência decorrente das práticas repressivas do policiamento estatal. O estudo conclui que a ordem pública festiva da multidão carnavalesca é estabelecida pela supremacia dos foliões que buscam a fruição das oportunidades festivas. Aponta que os encontros significativos têm a função de reduzir a complexidade e controlar a contingência, assim como produzir a ordem festiva na multidão carnavalesca. Por fim, enfatiza o papel das redes formais e informais na provisão de segurança para a multidão carnavalesca. |