Percepção e vivências de homens em processo criminal por violência conjugal acerca da paternidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Milena Arão da Silva lattes
Orientador(a): Pereira, Álvaro lattes
Banca de defesa: Magalhães, Julia Renata Fernandes de lattes, Gomes, Nadirlene Pereira lattes, Silva, Andrey Ferreira da lattes, Sousa, Anderson Reis de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38400
Resumo: Analisar a percepção e vivências de homens em processo criminal por violência conjugal acerca da paternidade. Estudo do tipo exploratório, de abordagem qualitativa, vinculado ao projeto matriz “Enfrentamento da violência conjugal no âmbito do Sistema Único de Saúde: Tecnologia social envolvendo mulheres, homens e profissionais da atenção básica”, sob financiamento da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). O projeto em questão foi desenvolvido com homens que, na vigência da pesquisa, respondiam a processo judicial por violência conjugal nas 1a e 2a Varas de Justiça de violência doméstica e familiar de Salvador, Bahia, Brasil. A seleção dos participantes ocorreu de forma intencional, respeitando os seguintes critérios de inclusão: estar respondendo a processo criminal por violência conjugal na referida Vara, ter filhos com ex-companheira, estar afastado dos filhos em decorrência da medida protetiva e possuir condições psicoemocionais visivelmente estáveis para a realização da entrevista. A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro e dezembro de 2019, através de entrevistas semiestruturadas com questões fechadas e abertas. Os dados foram sistematizados com base na análise de conteúdo temática categorial proposta por Franco (2012) e foram respeitados os aspectos éticos. O estudo mostrou que a percepção e vivência masculina sobre a paternidade guarda relação com o exemplo dado aos filhos, expresso por comportamentos honestos e responsabilização dos compromissos. Além disso, as narrativas desvelam a paternidade apreendida e reproduzida hegemonicamente, marcada pela figura do pai provedor de alimentos e roupas, todavia, sem tempo para vínculos afetivos com sua prole. No que tange às repercussões, o estudo revela que o afastamento pai-filho em decorrência da medida protetiva de urgência suscita no rompimento do vínculo paterno, fomentando o desenvolvimento de problemas psicoemocionais, como ansiedade, depressão e ideação suicida, muitas vezes somatizados e expressos desde cefaleia até condições que necessitam de cuidados hospitalares. Defende-se, pois, a necessidade da ressignificação da paternidade de modo a influenciar positivamente na educação dos filhos, reproduzindo nas relações paternas um modelo de pai pautado na afetividade e amor e em relações equitativas entre homens e mulheres, transformando as gerações de pais.