Liberalismo orgânico democrático: Nestor Duarte e sua política da média no "outro ocidente" brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Torres, Emanuelle Monteiro lattes
Orientador(a): Dantas Neto, Paulo Fábio
Banca de defesa: Dantas Neto, Paulo Fábio, Coser, Ivo José de Aquino, Barboza Filho, Rubem, Cintra, Wendel Antunes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36187
Resumo: A pesquisa destina-se a revisitar a linhagem do idealismo orgânico de Gildo Marçal Brandão, suscitando uma abordagem distinta em suas afinidades, com intuito de defender a existência de um viés liberal na corrente, que foi ignorado por Oliveira Vianna e não reivindicado por Brandão. Sugerimos que o núcleo centralizador do Império – os “reacionários audazes” de Vianna – que não era reacionário nem iliberal, em verdade, poderia ser chamado de liberal conservador, mais situado intelectualmente nos ideais da Europa pós-revolucionária, fosse na monarquia parlamentar britânica, fosse na monarquia de julho francesa. Essa elite imperial, voltada às questões contextuais do seu tempo histórico, atentou-se às soluções conciliatórias para a estabilidade política, embebidas em suas contradições. Isso exigiu que adaptassem as ideologias à realidade local, decorrendo um liberalismo e um conservadorismo difíceis. Esse liberal conservadorismo, foi eleito por Vianna como parte de uma tradição de idealismo orgânico que ele construiu e se autoconferiu, em contraponto ao idealismo utópico dos liberais. Brandão, embora tenha neutralizado essa dimensão ideológica de Vianna, não questionou a tradição reivindicada e adotou-a como referência para as “formas de pensar” da sua linhagem do idealismo orgânico. A proposta da pesquisa é defender um liberalismo orgânico como viés que decorre também da raiz liberal-conservadora e situa-se nessa tradição, paralelamente ao idealismo orgânico iliberal de Vianna. Sugerimos que, como parte da renovação intelectual e temporal da corrente, esse liberalismo orgânico passa pela defesa de uma representação elitista e chega em meados do século XX com uma versão pluralista representada no pensamento de Nestor Duarte. Revisitamos, portanto, essas perspectivas intelectuais paralelas, demonstrando que, de compreensões orgânicas sobre a realidade e experiência cultural brasileiras, decorreu propostas políticas distintas para o país. Falamos em soluções poliárquicas, guardiânicas e quase guardiânicas, com referência na teoria democrática de Robert Dahl. São distintas orientações quanto ao “outro Ocidente”, seja de absorção da ibéria plena, no iberismo de Vianna, seja na síntese desta com o democrático-plural de Duarte.