Estabelecimento de um novo modelo in vitro de neuroinflamação associado à doença de parkinson induzido pelo aminocromo e caracterização da ação neuroprotetora da apigenina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo, Felipe Mendes de
Orientador(a): Silva, Victor Diogenes Amaral da
Banca de defesa: Pereira, Maria Luiza Saraiva, Botura, Mariana Borges
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23725
Resumo: A doença de Parkinson é caracterizada principalmente pela perda de neurônios dopaminérgicos que contêm neuromelanina na substância nigra pars compacta. Os mecanismos responsáveis por esta neurodegeneração permanecem desconhecidos, contudo, algumas desordens celulares e moleculares são consideradas envolvidas neste processo, dentre estes, acúmulo de α-sinucleina, estresse oxidativo, dano mitocondrial, disfunção proteossomal, disfunção autofágica e neuroinflamação. Dentre estas, apenas a neuroinflamação ainda não foi associada com os efeitos deletérios induzidos pela neurotoxina endógena, aminocromo. Essa neurotoxina tem origem a partir da oxidação da dopamina em pH citosólico e é um precusor da neuromelanina que em condições especificas pode se acumular em neurônios dopaminérgicos e gerar citotocixidade. Neste sentido, este trabalho tem como principal foco de estudo o potencial neuroinflamatório do aminocromo e seus efeitos regulados pela apigenina, um reconhecido composto flavonoide imunomodulador. Culturas organotípicas de fatias do mesencéfalo de ratos Wistar pós-natais com 8 dias foram cultivadas durante 3 dias com DMEM/F12, incubadas em 5% de CO2 a 37 °C. Depois, as fatias foram tratadas com aminocromo (0,01 a 25 μM) e ou com apigenina (10μM) e analisadas após 24 ou 48 h. A neurotoxicidade foi avaliada por meio de análise morfológica e da expressão de tirosina hidroxilase (TH) por Western Blot. A resposta neuroinflamatória foi avaliada por imuno-histoquímica para Iba1 e por análise de RTq-PCR para citocinas TNF e IL-1β. O efeito modulador de fatores neurotróficos foi também avaliado por RTq-PCR. Nossos resultados demonstraram que o aminocromo induziu danos teciduais em culturas após 48h de exposição, associado à redução da expressão TH, a qual foi inibida pela apigenina. Além disso, a exposição ao aminocromo induziu alteração morfológica em células Iba1+ após 24 h, acompanhado por aumento na expressão do RNAm para TNF e IL-1β, que também foram inibidas pela apigenina. O aminocromo reduziu a expressão do mRNA dos fatores neurotróficos CDNF e NGF e aumentou a expressão do BDNF. A apigenina inibiu os efeitos induzidos pelo aminocromo em relação à expressão do CDNF e NGF e aumentou a expressão destas neurotrofinas. Por outro lado, a apigenina reduziu os níveis de BDNF e GDNF. Estes resultados demonstraram que neuroinflamação e fatores neurotróficos também estão envolvidos na neurodegeneração induzida por aminocromo e que o flavonoide apigenina constitui um bom agente de proteção contra os danos celulares induzidos por esta toxina.