Associação entre a produção de biomarcadores solúveis e o desfecho sintomático na hanseníase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lemos, Giovana Bergheme Franciscon de
Orientador(a): Carvalho, Lucas Pedreira de
Banca de defesa: Oliveira, Joyce Moura, Fonseca, Maria Luiza Veiga da, Macêdo, Maíra Carvalho, Coêlho, Marília Lira da Silveira, Carvalho, Lucas Pedreira de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
CIF
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30962
Resumo: INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae cujos pacientes podem apresentar deficiências físicas, deformidades e morbidades, principalmente nos episódios reacionais. Biomarcadores solúveis já estudados em outras condições patológicas adicionalmente à avaliação de parâmetros para definir o grau de incapacidade funcional podem ser importantes na correlação entre alterações na função do indivíduo nas diversas formas clínicas associado a infecção pelo M. Leprae. OBJETIVO: Avaliar níveis de S100B, sCD14 e sCD163 no plasma de pacientes com e sem reação hansênica e realizar um acompanhamento dos pacientes avaliados para desfecho sintomático, desenvolvimento de quadros reacionais e alta assintomática. DESENHO DO ESTUDO: Coorte retrospectiva. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas 60 amostras advindas de um banco de plasma do Hospital Universitário Professor Edgard Santos para dosar, pelo método de ELISA, três marcadores de lesão neural e ativação de monócitos/macrófagos: S100B, sCD163 e sCD14. Na amostra analisada, foram incluídos 16 pacientes paucibacilares (PB), 19 pacientes multibacilares (MB) e 25 pacientes com reações hansênicas (reacionais), de acordo com o protocolo da OMS para o diagnóstico da hanseníase. RESULTADOS: Na avaliação do gênero, pôde-se observar uma associação com a forma clínica, tendo sido mais alta a frequência entre indivíduos do sexo feminino (68,8%) (p=0,042). A forma clínica reacional esteve associada à maior presença de sensibilidade alterada; 21 (95,5%) dos pacientes com a forma reacional apresentaram alteração de sensibilidade (p=0,001), 16 (66,7%) apresentaram neurite (p=0,001) e oito (36,4%), alterção de força muscular (p=0,023). Todos esses desfechos registraram uma frequência mais alta quando comparada com a de outras formas clínicas da hanseniase com diferença estatisticamente significativa. Níveis elevados de S100B se associaram à presença de manifestações neurológicas e os níveis de sCD14 e sCD163 foram mais baixos em pacientes com desfechos sintomáticos. CONCLUSÃO: A análise possibilitou identificar uma associação entre a forma clínica e sua influência na presença de desfecho sintomático. O biomarcador S100B é um preditor sensível para discriminar pacientes com hanseníase e indivíduos sadios, está associado à presença de sintomas neurológicos no momento da sua dosagem, porém, não se mostrou um bom preditor de risco para alta com desfecho sintomático.