Efeitos da dieta hiperproteica restrita em carboidratos e/ou treinamento físico sobre concentração de irisina e parâmetros morfofuncionais do tecido adiposo de ratos Wistar obesos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Borges, Júlia de Oliveira lattes
Orientador(a): Paula, Rafael Pereira de lattes
Banca de defesa: Santos Filho, Luciano Evangelista dos, Soares, Telma de Jesus, Gusmão, Amélia Cristina Mendes de Magalhães
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PMPGCF) 
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39164
Resumo: Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento físico e/ou da dieta hiperproteica restrita em carboidratos e sobre a modulação da irisina plasmática e muscular e alterações morfológicas e funcionais no tecido adiposo branco e marrom de ratos Wistar machos em um modelo de obesidade. Métodos: 28 ratos Wistar machos com obesidade induzida por dieta hipercalórica (HC) foram divididos em 4 grupos: Grupo submetido à dieta HC e sedentário (n=7); Grupo submetido à dieta HC e treinado (n=7); Grupo submetido à dieta hiperproteica restrita em carboidratos (HP) e sedentário; Grupo submetido à dieta hiperproteica restrita em carboidratos (HP) e treinado (n=7). Após o período de 12 semanas, os animais foram eutanasiados e os tecidos adiposos subcutâneo (TASC), epididimal (TAE) e marrom (TAM), assim como o músculo gastrocnêmio e o sangue torácico foram coletados para posteriores análises. Avaliou-se a composição corporal, dosagem sérica e tecidual de irisina/FNDC5, morfologia do músculo gastrocnêmio e TASC e TAM. Foram avaliados também parâmetros de metabolismo energético no TASC e TAM e marcadores de atividade mitocondrial, perfil inflamatório, dano oxidativo e atividade das enzimas antioxidantes no TASC, TAE e TAM. As análises estatísticas foram realizadas através do teste ANOVA two-way (2 dietas x 2 condições de treinamento), seguida pelo pós-teste de Bonferroni. Os dados foram apresentados como média±erro padrão. Resultados: A dieta HP e o treinamento físico moderado por 12 semanas reduziram o peso e adiposidade corporal, bem como a área e o diâmetro dos adipócitos no TASC e aumentaram o peso e a área das fibras do músculo gastrocnêmio, bem como, a imunomarcação do precursor da irisina (FNCD5) e reduziram o conteúdo tecidual de triglicerídeos. A concentração sérica de irisina aumentou apenas por efeito do treinamento físico. No TAM, tanto treinamento físico quanto a dieta reduziram o conteúdo tecidual de triglicerídeos, no entanto, somente o treinamento reduziu a área ocupada por adipócitos uniloculares e aumentou a expressão gênica de UCP-1. Apenas o treinamento físico aumentou a enzima citrato sintase, marcador de atividade mitocondrial, no TASC, TAE e TAM. Ademais, o treinamento também determinou maiores efeitos benéficos no balanço redox, aumentando a expressão gênica e atividade de enzimas antioxidantes no TASC e TAM e reduzindo marcadores oxidativos (TBARS, proteínas carboniladas e nitritos totais). O perfil inflamatório foi modulado positivamente tanto pela dieta HP quanto pelo treinamento físico, que reduziram a razão TNF-α/IL-10 no TASC, TAE e TAM, aumentaram a expressão gênica de adiponectina, bem como a imunomarcação de NF-κB, MCP-1 e a razão macrófagos totais/ macrófagos M2 no TASC. Isoladamente, o treinamento físico aumentou os marcadores anti-inflamatórios IL-10 e IL-27 e reduziu os marcadores inflamatórios IL-6 (TASC e TAM), IL-1β (TAE), bem como os macrófagos totais, estruturas crown-like e linfócitos no TASC e a imunomarcação de NF-κB no TAM. Conclusão: No modelo estudado, os efeitos da dieta hiperproteica restrita em carboidratos e do treinamento físico por 12 semanas atenuaram as alterações provocadas pela obesidade sobre parâmetros de composição corporal, morfologia e metabolismo tecidual, perfil inflamatório e oxidativo dos tecidos adiposos. Nossos achados reforçam a importância do treinamento físico regular por modular positivamente a irisina e conferir melhores benefícios morfofuncionais e sobre os perfis inflamatórios e oxidativos nos depósitos de tecido adiposo de animais obesos.