Sarau da onça: da ação pastoral comboniana à afirmação da identidade negra no bairro Sussuarana em Salvador-BA

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Anoumou, Mossi Kuami
• Orientador(a): Sanabria, Guillermo Vega
• Banca de defesa: Sanabria, Guillermo Vega , Sousa Júnior, Vilson Caetano de , Mizrahi, Mylene
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA)
• Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Identidade negra; Identificação; Religiões de matrizes africanas; Negritude; Racismo
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA::ANTROPOLOGIA DAS POPULACOES AFRO-BRASILEIRAS
• Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35164

Este estudo surgiu do desejo de entender a vivência de um grupo de jovens do Sarau da Onça. Esse projeto é um encontro de jovens que fazem poesia, no bairro de Sussuarana, em Salvador-BA, promovido, inicialmente, pelos missionários combonianos (uma Congregação da Igreja Católica). Por meio da poesia, nos encontros, há partilha das realidades vividas de discriminação, racismo e rejeição. Sob a forma de linguagens literárias de resistência periférica, as poesias de afirmação e revalorização da identidade negra vão mudando o jeito de viver dessa juventude. Através das entrevistas, dentro e fora do campo, por causa da pandemia, a pesquisa buscou identificar, nos eventos do Sarau da Onça, os processos que propiciam a construção da identidade negra como nova forma de resistência à discriminação racial na cidade. A questão principal da pesquisa, a saber a pastoral afro e a construção da identidade no Sarau da Onça, buscou compreender duas dimensões desse processo: as repercussões da aprendizagem na vida dos (das) participantes e as consequências não previstas (pelo menos para os religiosos) das motivações pessoais que levaram esses (essas) jovens negros e negras a se identificarem com as religiões de matrizes africanas, como fonte de identidade, de resistência e orgulho negro, abandonando o catolicismo para aceitar o “chamado dos ancestrais”, como eles afirmam. Desse ponto de vista, a pesquisa problematizou os caminhos por onde se dá a conversão, nesse caso, jovens anteriormente católicos (as) que se redescobrem em outra experiência religiosa. Ela historiciza a descoberta da Igreja Católica sobre o problema da raça, mostra como esse problema foi enfrentado pelos missionários combonianos e aponta o processo da construção da identidade no Sarau da Onça.