A implantação do Programa de Saúde da Família e a ocorrência de casos de Sífilis Congênita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santos, Karine Brito Matos
Orientador(a): Medina, Maria Guadalupe
Banca de defesa: Pereira, Rosana Aquino Guimarães, Andrade, Alcina Marta de Souza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16231
Resumo: A sífilis, infecção causada pelo Treponema pallidum, é uma doença de transmissão sexual com distribuição mundial, que desafia há séculos a humanidade, apesar de ter tratamento efetivo e de baixo custo. A medida mais eficaz para prevenção da sífilis congênita consiste na assistência pré-natal de qualidade. O Programa de Saúde da Família, porta de entrada do sistema de saúde, deve ser uma estratégia central na redução e eliminação da sífilis congênita. Este estudo teve como objetivo descrever as principais características dos casos notificados de sífilis congênita em um município do Nordeste brasileiro, no período de 2000 a 2007; estimar a incidência de casos na população coberta pelo PACS, pelo PSF e não coberta por esses programas neste mesmo período; e discutir a organização das ações de sífilis congênita neste mesmo município. Os dados do estudo foram secundários e a fonte mais importante foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação; teve como principal instrumento a Ficha de Investigação de Sífilis Congênita. As variáveis foram classificadas em sócio-demográficas, relacionadas à área geográfica de origem do caso e relacionadas ao controle, diagnóstico e tratamento. Para a análise foram utilizados: Microsoft Office Excel 2007, SPSS versão 11.0 e MapInfo versão 9.0. Foram analisados 182 casos notificados de sífilis congênita, no período de 2000 a 2007. Este estudo revelou que o Programa de Saúde da Família tem contribuído no combate à sífilis congênita, mas ainda existem muitas ações a serem implementadas. Observa-se que 81% das gestantes tiveram acesso ao pré-natal e que apenas 58,4% receberam o diagnóstico da sífilis materna no pré-natal. Sobre o tratamento, 35% das gestantes foram tratadas inadequadamente e 65% não receberam tratamento; apenas 10,3% dos parceiros foram tratados. Quanto à área geográfica de origem do caso 58,8% reside em áreas cobertas pelo PSF. Sobre as variáveis sócio-demográficas, a faixa etária materna predominante foi de 20 a 29 anos, a escolaridade até 4º série, a ocupação era na maioria dona de casa e residiam em zona urbana. A incidência nas áreas cobertas pelo PSF apresentou tendência decrescente. A sífilis precisa ter maior visibilidade enquanto problema de saúde pública e o seu controle deve ser foco permanente de discussão envolvendo gestores, profissionais de saúde, profissionais de áreas afins e sociedade civil organizada.