Estratégias de prevenção da sífilis congênita: a atenção a parceiros sexuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Maciel, Carla Joelma Villares Guimarães
Orientador(a): Silva, Kátia Silveira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26361
Resumo: A Organização Mundial de Saúde estima um milhão de casos de sífilis por ano entre as gestantes e preconiza detecção e tratamento oportunos destas e de seus parceiros sexuais, evitando-se casos de sífilis congênita. No entanto, o cenário epidemiológico é de altos índices de morbimortalidade no Rio de Janeiro e no Brasil, com baixos percentuais de tratamento dos parceiros. Esse estudo buscou identificar as estratégias de atenção aos parceiros sexuais na assistência pré-natal como prevenção da sífilis congênita, explorar as estratégias das unidades de atenção primária à saúde para promover a atenção aos parceiros sexuais das gestantes e relacionar a implementação das estratégias nas unidades com o tratamento para sífilis dos parceiros. O estudo foi realizado na área de planejamento (AP) 3.2 do município do Rio de Janeiro utilizando abordagens quantitativa (transversal e retrospectivo) e qualitativa (entrevista semiestruturada com análise temática). Foi analisado o banco de dados do Sinan para a obtenção de 202 casos de sífilis em gestante notificadas e diagnosticadas em 2015, residentes e usuárias do pré-natal na referida área. Foram selecionadas seis unidades de atenção primária, que tiveram um mínimo de 10 notificações no período, para a investigação das estratégias implementadas. Foram entrevistados seis gestores e oito profissionais que realizam o pré-natal sobre a implementação das atividades no pré-natal para atenção ao parceiro. Nos resultados, foram descritas seis categorias de estratégias (Educativas, Dependentes das gestantes, Uso de tecnologia da informação ou comunicação, Imersão no território, Envolvimento dos demais serviços e Parceria institucional) com uma proporção de 21,7% de parceiros sexuais das gestantes não tratados. Como aspectos facilitadores foram citados a flexibilidade nos horários para atenção aos parceiros e a realização do teste rápido. Como principais aspectos limitantes, identificaram-se a violência nos territórios e as frequentes dificuldades na liberação do emprego para as atividades do pré-natal. A opinião dos entrevistados sobre o envolvimento do parceiro revela maior interesse de participação no pré-natal pelos homens nos relacionamentos estáveis, mas também situações de pouco interesse. Concluiu-se que existem iniciativas da atenção primária da AP 3.2 voltadas para saúde masculina, mas incipientes. A variedade de estratégias locais não pareceu interferir no grau de envolvimento dos parceiros sexuais de gestantes em seu pré-natal, bem como minimizar a perda de tratamento desses homens contra a sífilis. Observado baixa utilização dos recursos do território na aplicação da prevenção da sífilis congênita. Em estudos futuros, sugere-se comparar as estratégias informadas com o registro em prontuários das gestantes notificadas, ampliando a interpretação do processo da atenção primária nesse cenário. Para criar um diferencial no cenário epidemiológico da sífilis a médio e longo prazo, é necessário ampliar o acesso à atenção integral à saúde do homem como um espaço de prevenção da sífilis que antecede o pré-natal masculino. Atrair os parceiros sexuais das gestantes e homens em geral ainda parece ser um desafio para a atenção primária.