Arquiteturas da Ventura: os terreiros de candomblé de Cachoeira e São Félix

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Velame, Fabio Macedo
Orientador(a): Silva, Odete Dourado
Banca de defesa: Silva, Odete Dourado, Sampaio, Antônio Heliodório Lima, Magnavita, Pasqualino Romano, Sousa Junior, Vilson Caetano de, Santos, Jocélio Teles dos, Braga, Julio Santana
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Arquitetura
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30166
Resumo: A presente tese visa defender a hipótese de que as Arquiteturas dos Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix diferenciam-se por serem compostas por processos contínuos de hibridação que edificam lugares próprios. As arquiteturas dos Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix são uma criação Afro-brasileira com lugares e dimensões simbólicas próprias. Para defender essa proposição tivemos que, primeiramente, conceituar a arquitetura, que aqui é entendida e definida como edificar lugares. Entendendo o lugar como o espaço vivenciado pelo homem que lhe atribui através de sistemas simbólicos um sentido, significado e valor. E, em seguida, desvelamos esses lugares singulares, particulares, próprias dessas arquiteturas através de três linhas de análise e abordagens metodológicas, nossos "caminhos interpretativos" que originaram três capítulos: transformações-permanências que originou o Capítulo I - Arquiteturas em Transe; híbrido-enlace arquitetônico do qual decorre o Capítulo II - Arquiteturas Mundanas; e, território rede-teia de significações que originou o Capítulo III - Arquiteturas Itinerantes. Na introdução trazemos uma revisão bibliográfica sobre os estudos dos Candomblé de Cachoeira e São Félix, sobre a Arquitetura dos Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix, a problemática e a hipótese proposta, os objetivos do trabalho, o aparato metodológico e uma revisão bibliográfica sobre arquiteturas sem arquitetos e, principalmente, sobre o conceito de "lugar" no campo disciplinar da Arquitetura e do Urbanismo. No primeiro capítulo, Arquiteturas em Transe buscamos nos terreiros Lobanekum, Ilê Axé Itaylé da nação Nagô-Vodum, Viva Deus da nação Nagô-Ixejá, Aganju Didê da nação Nagô-Tedô, e o Ilê Axé Ogunjá da nação Ketu, os lugares particulares que permanecem, envolta a tantas transformações, lugares que condensam os valores de culto, parentesco e ancestralidade atribuídos por essas comunidades terreiros. No segundo capítulo, Arquiteturas Mundanas tratamos nos terreiros Ogodô Dey da nação NagôKetu, Capivari (Pé da Cajá) e o Lobanekum da nação Nagô-Vodum, Dendezeiro da nação Angola, e Rumpame Runtóloji da nação Jeje-Mahi, as combinações, agregações, relações, enlaces, e entrelaçamentos de elementos culturais diferentes ao longo do tempo na criação de lugares próprios. No terceiro capítulo, Arquiteturas Itinerantes, buscamos a rede de lugares sagrados, particulares, em três escalas: arquitetura, cidade e região. Na escala da arquitetura, foram trabalhados os terreiros Raiz de Airá e Ilê Axé Oba Curuji da Nação Nagô-Vodum, e a Roça do Ventura da nação Jejê-Mahi; na escala da cidade, os lugares: esquinas, encruzilhadas, morros, pedras, árvores, riachos do Caquende, da Levada, do Capivari, e rio Paraguaçu, Oba Tedô, Ponte e o Viaduto do Batedor, Cemitério dos Africanos, Mata da Catuaba, Pilar Central da Ponte D. Pedro II, Trevo dos Escravos, Lagoa Encantada, Pedras do Cavalo e Rachada; e, na escala da região: a Festa da Pedra da Baleia. A conclusão encerra o trabalho e discorre sobre o processo de agregação cultural – a hibridação - presente nos três capítulos.