O ateísmo virtuoso: experiência e moral em Pierre Bayle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Primo, Marcelo de San'Anna Alves lattes
Orientador(a): Santos, Antônio Carlos dos lattes
Banca de defesa: Santos, Antônio Carlos dos lattes, Moura, Mauro Castelo Branco de lattes, Almeida, Maria Cecília Pedreira de lattes, Limongi, Maria Isabel lattes, Silva, Genildo Ferreira da lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41293
Resumo: O objetivo deste trabalho é a reflexão sobre a relação positiva erigida por Pierre Bayle entre ateísmo e virtude, no qual interrogamos sobre os supostos laços indissolúveis entre sociedade e religião, sobre as bases da crença, as práticas religiosas no decorrer da história e o valor da opinião coletiva, consistindo em mostrar o papel da experiência nos Pensées diverses sur la comète, na Continuation des Pensées diverses e na Réponse aux questions d’un provincial, obras nas quais o arsenal crítico de Bayle ampara-se no recurso à história, indo de encontro à tradicional depreciação da imagem dos ateus no decorrer dos tempos. O filósofo de Carla recorre à experiência para constatar que o conhecimento de um deus e bons costumes nem sempre teve uma correlação necessária, à medida que o temor ou adoração a uma divindade está longe de corrigir a corrupção natural do homem passando em revista toda e qualquer asserção de caráter dogmático e enviesado, características da idolatria e da superstição; no segundo, trato da indagação feita por Bayle se, em todos os tempos e lugares, a ideia de deus esteve presente entre os homens e se esta ideia é inata no homem, inviabilizando a possibilidade da existência um ateísmo especulativo; e no terceiro capítulo, abordarei quando Bayle vai citar ateus especulativos antigos e modernos que, a despeito de suas convicções filosóficas, nunca deixaram de agir virtuosamente e de acordo com os deveres morais. Nesse sentido, nosso trabalho mostra um outro Bayle: o que jamais deixou de recorrer à experiência para desmistificar determinadas opiniões que se propagaram ao longo dos tempos, como por exemplo, a clássica associação entre ateísmo e degeneração dos costumes.