Cianobactérias e Cianotoxinas em uma floração no reservatório Joanes I

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Menescal, Maria Teresa Araújo Pinheiro
Orientador(a): Perelo, Louisa Wessels
Banca de defesa: Campos, Vânia Plameira, Gomes, Doriedson Ferreira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola Politécnica
Programa de Pós-Graduação: em Meio Ambiente, Águas e Saneamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29394
Resumo: As cianobactérias podem produzir metabólitos secundários com propriedades altamente tóxicas, que são conhecidas como cianotoxinas. Váriosepisódios de intoxicação em humanos e animais têm sido relatados nos mais diversos países. Algumas espécies de cianobactérias tóxicas desenvolvem-se em ambientes de água doce, principalmente em reservatórios, formando florações intensas sobcondições favoráveis. Florações de cianobactérias têm sido observadas frequentemente no reservatório Joanes I (Região Metropolitana de Salvador-RMS, Bahia) que é responsável pelo abastecimento da cidade de Salvador e RMS, além de possuir intenso uso recreativo, aquicultura, navegação, pesca e irrigação. Deste modo, avaliar a comunidade de cianobactérias e identificar a presença de genes de cianotoxinas, bem como detectar a produção de toxinas em florações do reservatório Joanes I é de fundamental importância para os órgãos de gestão das águas e saúde pública de modo a permitir a utilização segura desse recurso hídrico. Neste trabalho, as amostras de água de quatro pontos distintos no reservatório Joanes I foram analisadas, em uma campanha, no período úmido. As análises físico-químicas e biológicas da água seguiram a metodologia do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Observou-se que os parâmetros oxigênio dissolvido, fósforo total, cor verdadeira, demanda bioquímica de oxigênio e coliformes termotolerantes apresentaram-se fora dos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para águas classe 2. O cálculo do índice de estado trófico da água dos pontos amostrais indicaramcondições eutróficas. As investigações microscópicas das amostras preservadas com lugol,identificaram dez gêneros cianobacterianos, sendo cinco deles conhecidos como potencialmente produtores de toxinas. As contagens de células pelo método de Utermöl nas quatro amostras, mostraram que nos pontos P3 e P4 os valores excederam os recomendados pela Resolução CONAMA 357/05 para águas classe 2 (<50.000 células mL-1), e três pontos amostrais (P1, P3 e P4) excederam valores indicados pela Portaria Nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, a qual estabelece análises e coletas semanais da água acima de 20.000 células mL-1. O potencial genético para produção das toxinas cilindrospermopsina, microcistina e saxitoxinas foi avaliado a partir da extração do DNA genômico total das amostras e observou-se amplificações por PCR dos genes PS e mcyE. Os produtos da PCR foram sequenciados e comparados com banco de dados utilizando a ferramenta BLASTe mostraram que elas se agruparam com sequências homólogas de cianobactérias conhecidas como produtoras das respectivas toxinas. As análises químicas por LC-MS/MS das amostras ambientais buscando a cilindrospermopsina, anatoxina-a e homoanatoxina-a detectaram a presença somente da cilindrospermopsina nos pontos P1 e P2. Os resultados deste estudo contribuem para o aumento de informações sobre o reservatório Joanes I, a importância da utilização conjunta de diferentes métodos para análises das cianobactérias e suas toxinas, e alertam para preocupante situação deste reservatório em relação à saúde pública.