Resumo: |
Introdução: A doença de Crohn (DC) e a Colite Ulcerativa (CU), que são doenças inflamatórias intestinais (DII) crônicas, podem ocasionar deficiências nutricionais e alterações metabólicas. Essas alterações podem levar alterações na composição corporal, entre elas a desnutrição, deficiência de crescimento, excesso de tecido adiposo e baixa massa muscular. Além disso, pode estar associado a baixos níveis de força muscular, caracterizado por dinapenia. Objetivo: identificar perfil antropométrico, prevalência de dinapenia e os fatores clínicos e nutricionais associados em pacientes pediátricos portadores de Doença Inflamatória Intestinal. Método: trata-se de um estudo transversal, realizado com pacientes de 2 a 18 anos, de ambos sexos, atendidos em um ambulatório de referência no Estado da Bahia. Foram coletados: diagnóstico clínico, terapia medicamentosa, atividade da doença, níveis séricos de vitamina D, velocidade de hemossedimentação, realizado aferição de peso, altura, circunferência do braço, área muscular do braço, pregas cutâneas tricipital e subescapular, força de preensão manual. Foram calculados o somatório de pregas cutâneas, área muscular do braço e índices antropométricos. A avaliação antropométrica foi classificada de acordo idade e sexo, segundo critérios padronizados. A dinapenia foi avaliada pela baixa força de preensão manual relativa. Os dados foram analisados por medidas de tendência central, testes do qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher. Resultados: no artigo 1, que descreveu o estado antropométrico, foram avaliados 82 pacientes, com média de idade 11,2 anos (desvio padrão = 4,448). Para crianças menores de 5 anos, o índice de peso/altura, identificou estado de desnutrição em 30% dos participantes e 20% de sobrepeso em 20%. Naqueles acima de 5 anos, o Índice de massa corporal /Idade, identificou 11,3% com desnutrição e 14,1% com excesso de peso. O indicador de altura/idade mostrou que 19,8% dos participantes apresentava baixa estatura. As medidas de composição corporal mostraram depleção de tecido adiposo em 26,7% quando avaliado pela CB e em 4,1% pelo somatório das pregas cutâneas. Baixa reserva muscular ou risco para déficit foi encontrada em 50,9% dos participantes. O segundo artigo, que investigou presença de dinapenia, avaliou 40 pacientes, com média de idade de 12,39 anos (desvio padrão = 3,28). A dinapenia esteve presente em 35% dos participantes. Não houve associação entre dinapenia e as variáveis clínicas avaliadas. No entanto, maior frequência de dinapenia foi encontrada entre o sexo feminino (40%), menores de 10 anos (37,5%), pacientes com Doença de Crohn (41,2%), em usos de corticoide (33,3%), com excesso de peso (50%), baixa reservar muscular (39,1%) e vitamina D deficiente (38,5%). Conclusão: os resultados do presente estudo, permitiram concluir que a avaliação nutricional, a partir dos índices e indicadores antropométricos de composição corporal, identificou que pacientes pediátricos com DII apresentam algum grau de comprometimento da massa magra e de tecido adiposo, seja em déficit ou em excesso, e de altura. Além disso, foi identificado importante frequência de dinapenia e deficiência de vitamina D. A adequada avaliação nutricional, incluindo identificação de força muscular, são de grande importância para o acompanhamento de pacientes pediátricos com DII e prevenção de agravos nutricionais. |
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