O silenciamento como problema epistemológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barreto, Rodrigo Gottschalk Sukerman
Orientador(a): Silva Filho, Waldomiro José da
Banca de defesa: Santos, Breno Ricardo Guimarães, Rolla, Giovanni
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31377
Resumo: O objetivo desta dissertação é analisar o silenciamento como um problema epistemológico. Do modo como está sendo entendido neste trabalho, o silenciamento refere-se a um fenômeno comunicativo em que um emissor mantém suas palavras para si em vez de enunciá-las ao seu interlocutor. Enquanto problema linguístico, o silêncio prejudicial não é aquele derivado de uma estratégia ou deliberação em que pretenso emissor cede a vez para que o seu interlocutor se pronuncie, pelo contrário, refere-se a um silêncio imposto em que os emissores são compelidos a não se manifestar. No que tange este problema enquanto questão epistemológica, os tipos de ato comunicativo em questão são aqueles que visam a transmitir conhecimento para outras pessoas. A partir da obra inaugural de Miranda Fricker, Epistemic Injustice: Power and Ethics of knowing (2007), foi aberto na filosofia analítica um frutífero campo de investigação acerca de como as relações sociais podem interferir negativamente nas práticas de produção, manutenção e disseminação do conhecimento. Esta obra está situada no campo da epistemologia social e, portanto, concebe os agentes individuais e coletivos dentro dos contextos e dinâmicas do mundo real, considerando as estruturas sociais as quais eles estão submetidos – nesse sentido, afasta-se do modelo de sujeito de conhecimento da epistemologia clássica que, comumente, abstraia o indivíduo do seu contexto social. Partindo destas considerações, a proposta desta dissertação é entender o papel do testemunho na vida cognitiva de outras pessoas, analisar os mecanismos epistemicamente disfuncionais que induzem determinados indivíduos e grupos a serem silenciados e, por fim, vislumbrar possibilidades de reversão desses processos através de virtudes e práticas que promovam justiça epistêmica, isto é, a abertura e inclusão de agentes marginalizados nas práticas epistêmicas.