O modelo de avaliação CAPES sob a perspectiva de pesquisadores da área de saúde coletiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Almeida, Leila Graziele Dias de
Orientador(a): Trad, Leny Alves Bomfim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Saúde Coletiva, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em Saúde Coletiva.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12832
Resumo: Os critérios de avaliação adotados pela Capes para os programas de pós-graduação em Saúde Coletiva, sensivelmente modificados ao longo do tempo, têm permitido o surgimento de uma série de discussões acerca de seus entraves e suas potencialidades. Diante desta realidade, por meio do auxílio teórico de Pierre Bourdieu, este estudo teve como objetivos descrever o modelo de avaliação Capes para a área de Saúde Coletiva; identificar o conhecimento que pesquisadores desta área têm acerca da lógica de avaliação; analisar as visões dos pesquisadores no que diz respeito à percepção de avanços e dificuldades do modelo de avaliação vigente e analisar as implicações das normas de avaliação para as práticas de trabalho e pesquisa nos programas, bem como para a vida e trabalho do pesquisador. Privilegiou-se uma abordagem qualitativa junto aos pesquisadores que foram selecionados de três programas de pós-graduação em Saúde Coletiva, cujos resultados obtidos a partir da última avaliação trienal da Capes foram diferenciados (notas 4, 5 e 7). Para a seleção dos participantes, levou-se em consideração o credenciamento ou descredenciamento do programa e as três subáreas da Saúde Coletiva, bem como o fato de ter sido ou estar sendo coordenador do programa. Foi utilizada a triangulação de técnicas de coleta de dados, envolvendo entrevistas semi-estruturadas em profundidade, análise documental e análise dos sites dos programas. A realização deste estudo permitiu a reflexão acerca dos rumos que a avaliação da pós-graduação brasileira, na área da Saúde Coletiva, vem tomando, levando em consideração os seus avanços, retrocessos e possibilidades de mudanças. O conhecimento dos pesquisadores sobre o modelo de avaliação vigente foi bastante heterogêneo, embora tenha havido alguma relação com o fato do pesquisador ter sido ou não gestor do programa. Os pesquisadores reconhecem a importância do sistema de avaliação para o avanço da ciência no Brasil, no entanto, discutem acerca de alguns aspectos do modelo que estão diretamente relacionados ao enfoque na produtividade acadêmico-científica. Quanto às repercussões da avaliação para os programas, observou-se uma reorientação de práticas de pesquisa e trabalho em programas em fase de consolidação que possibilite uma normalização das regras de produtividade científica. No que se refere às implicações para o pesquisador, foi identificado expressiva centralidade de atividades da prática universitária na vida do docente, com crescente indissociação entre tempos e espaços da vida profissional e da vida pessoal e familiar. A partir da análise dos dados pôde-se entender que a avaliação dos programas de pós-graduação não vem trabalhando na ótica da equidade discutida no âmbito do SUS. Os desafios para melhoria do modelo de avaliação utilizado para os programas de pós-graduação brasileiros são enormes e devem ser pensados a partir da complexidade do campo da Saúde Coletiva, que abrange áreas de grande diversidade epistemológica, o que necessariamente implica em diálogo, disputas e consensos.