No tempo de finado: conflito geracional, poder e mando em um candomblé de Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, George da Hora
Orientador(a): Parés, Luis Nicolau
Banca de defesa: Rodrigues, Núbia Bento, Passos, Marlon Marcos Vieira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Cinecias Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar em Estudos Étnicos e Africanos - Posafro
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31281
Resumo: O presente trabalho propõe uma discussão sobre as relações sociais hierárquicas e práticas de poder, além, da influência e impacto da tecnologia e de outras formas de manutenção e preservação do conhecimento. O desenvolvimento do trabalho ocorre numa comunidade de terreiro, o Ilê Lorogun, a partir de suas origens e análise das relações de poder na família biológica, desta com a “família extensa” e com a “família de santo”. O trabalho parte da contextualização das escolhas e trajetória de vida do autor deste texto para demarcar a posição da construção textual, a escolha do campo e a determinação dos marcadores político/sociais tais quais gênero/identidade/grupo de pertença /expressão de religiosidade que estão refletidos nessas escolhas. A análise, em determinados pontos, é acompanhada de uma comparação com a literatura especializada sobre as religiões afro-brasileiras. É apresentada uma relação dos personagens que compõem o Ilê Lorogun, com a distribuição de seus papeis na estrutura social e eventuais desdobramentos políticos na continuidade e manutenção da casa. Especial atenção é conferida a correlação entre os títulos e cargos e as conexões de parentesco biológico ou social (família extensa) com a liderança da casa. Ao abordar a estrutura das distintas posições iniciáticas (abiã, iaô, ebome, equede, ogã) com a descrição de suas atribuições e alguns rituais a eles associados, são analisados como esses cargos funcionam na prática, revelando tensões, negociações e manipulação das normas, assim como alguns privilégios associados às relações de parentesco com a liderança. O poder compartilhado na tomada de decisões e na condução das atividades rituais emerge como um elemento distintivo, em que a superposição do parentesco e do religioso se evidenciam de forma mais notória, no processo de co-liderança da casa por parte do casal fundador. A pesquisa no decorrer do trabalho expôs surpresas e desafios e principalmente possibilidades de novas discussões sobre as religiões afro-brasileiras.