Incapacidade funcional da população idosa do município Guanambi, Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Janne Jéssica Souza lattes
Orientador(a): Medeiros, Danielle Souto
Banca de defesa: Medeiros, Danielle Souto, Lima, Cláudio Lima, Souza, Cinoelia Leal de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC - IMS) 
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40046
Resumo: O envelhecimento populacional ganhou notoriedade crescente frente à sua dissipação para as diferentes regiões do planeta. Em ritmo acelerado, avançou também em países de menor desenvolvimento econômico e tem sido considerado neste século um dos fenômenos mais desafiadores pelas suas múltiplas consequências. Para a população idosa, as repercussões são notórias, particularmente no que diz respeito à sua capacidade funcional, uma vez que, com o avançar da idade, as incapacidades tendem a ser progressivamente maiores. O objetivo do presente estudo foi avaliar a incapacidade funcional e fatores associados na população idosa do município de Guanambi, Bahia, Brasil. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, com abordagem domiciliar. A amostra foi composta por 449 idosos com 60 anos e mais. Este estudo avaliou a incapacidade funcional através das Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), mensurada pela escala de Katz, das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), mensurada pela escala de Lawton, e da mobilidade, avaliada pela dificuldade ou incapacidade de andar por 100 metros. Os dados foram analisados através de frequências simples e relativas para todas as variáveis estudadas. Análise bivariada foi feita para avaliar associações entre as variáveis explicativas e o desfecho, comparando pelo teste qui-quadrado ou exato de Fisher. A Razão de Prevalência (RP) e seu intervalo de confiança 95% (IC95%) foram utilizados para estimar a associação com as variáveis explicativas, por meio da regressão de Poisson com variância robusta. Análise multivariada foi realizada, mantendo no modelo final as variáveis com nível de significância menor que 0,05. A prevalência de incapacidade funcional nas ABVD foi de 21,3%, nas AIVD foi de 66,5%, e na mobilidade de 48,2%. 73,9% apresentaram incapacidade funcional em algum dos três domínios avaliados. Após análise multivariada, os fatores positivamente associados à maior prevalência de incapacidade funcional foram: morar na zona urbana (RP=1,40; IC95% 1,20-1,64), idade entre 70 e 79 anos (RP=1,21; IC95% 1,06-1,40) ou 80 anos e mais (RP=1,33; IC95% 1,17-1,52), não ter trabalhado nos últimos 30 dias (RP=1,61; IC95% 1,16-2,25), saúde física ruim nos últimos 30 dias (RP=1,16; IC95% 1,05-2,29), autoavaliação da visão ruim ou muito ruim (RP=1,20; IC95% 1,08-1,33), relato de dor que incomoda frequentemente (RP=1,23; IC95% 1,11-1,35), presença de dinapenia manual (RP=1,14; IC95% 1,04-1,26) e ter tido consulta médica nos últimos 12 meses (RP=1,25; IC95% 1,04-1,50). A incapacidade funcional é um fator importante que pode conferir pior qualidade de vida aos idosos sendo uma condição relevante e prejudicial para o envelhecer ativo e saudável. Esses resultados podem contribuir para o conhecimento da funcionalidade dos idosos, oferecendo subsídios para gestores, pesquisadores e profissionais de saúde, com vistas ao direcionamento de políticas e ações integradas, transversais e intersetoriais em prol do envelhecimento saudável.