Estudo farmacológico do bortezomibe no tratamento de leucemia mieloide aguda com ação em células-tronco leucêmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Costa, Rafaela Gomes Alves lattes
Outros Autores: Costa, R.G.A
Orientador(a): Bezerra, Daniel Pereira lattes
Banca de defesa: Araújo, Ana Jérsia lattes, Zanette, Dalila Lucíola lattes, Adorno, Elisângela Vitória lattes, Santos, Jean Nunes dos, Bezerra, Daniel Pereira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Farmácia (PPGFAR) 
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39920
Resumo: INTRODUÇÃO: A leucemia mieloide aguda (LMA) se caracteriza pelo crescimento descontrolado de blastos imaturos na medula óssea e corresponde a um dos tipos de cânceres mais frequentes no mundo. A taxa de sobrevivência relativa de 5 anos é relativamente baixa e a maioria dos pacientes acabam apresentando recidiva. Acredita-se que um dos principais fatores responsáveis pela baixa taxa de remissão completa da doença esteja associado às células tronco leucêmicas (CTL). Estudos sugerem que a LMA é originada e mantida por essa população de CTLs. A via de sinalização NF-κB, atua na progressão do câncer após a formação tumoral sendo constitutivamente ativa nas CTLs e por essa razão se torna um importante alvo terapêutico. Nesse contexto, o bortezomibe (BTZ) já é descrito como um potente inibidor da via NF-κB e vem sendo estudado para o tratamento de algumas doenças hematológicas. OBJETIVO: Avaliar o potencial antileucêmico do BTZ como estratégia terapêutica para eliminar CTLs de LMA humana em modelo in vitro e in vivo. METODOLOGIA: A citotoxicidade do BTZ foi testada em um painel de linhagens cancerosas e não cancerosas. As CTLs foram identificadas utilizando os anticorpos CD34, CD38, CD133, CD13 e CD123. A linhagem KG-1a foi utilizada para realização dos ensaios de mecanismo de ação do BTZ a fim de avaliar a viabilidade através da análise do ciclo celular, detecção de morte celular por apoptose, avaliação do potencial transmembrânico mitocondrial e produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) pela técnica de citometria de fluxo. Análises da expressão gênica e de vias de sinalização associadas ao câncer através de qPCR em células tratadas com o BTZ também foram realizadas, além de ensaios para avaliação antitumoral em modelo in vivo. RESULTADOS: O BTZ foi citotóxico para diferentes linhagens testadas com valores de CI50 que variaram de 0,01 e 1,83 µM para células de melanoma A375 e linhas celulares SCC-9 de carcinoma espinocelular oral, respectivamente. Em células de malignidades hematológicas, BTZ apresentou valores de IC50 variando de 0,05 a 0,33 µM para linhagens celulares de leucemia linfóide de células T Jurkat e leucemia monocítica THP-1, respectivamente. Além disso, o BTZ reduziu a população de CTLs viáveis, induziu morte celular apoptótica, aumentou a expressão de caspase-3 ativa e PARP-1 clivada, induziu alterações no potencial transmembrânico mitocondrial, aumentou os níveis de ERO, induziu fragmentação do DNA em células KG-1a e alterou a expressão gênica de células KG-1a, além de inibir o crescimento de células KG-1a em modelo in vivo. CONCLUSÃO: A atividade antileucêmica desempenhada pelo BTZ surge como um novo caminho promissor para o tratamento de LMA, tendo como alvo principal as CTLs.