Experiência de ser nutricionista obesa no mundo do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Araújo, Kênya Lima de
Orientador(a): Pena, Paulo Gilvane Lopes
Banca de defesa: Diez-Garcia, Rosa Wanda, Freitas, Maria do Carmo Soares de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31715
Resumo: O panorama mundial e brasileiro de doenças crônicas não transmissíveis tem se revelado um desafio para a saúde pública sendo a obesidade o maior problema de saúde crônica global em adultos. Ela apresenta implicações diretas na aceitação social dos indivíduos, por vezes estigmatizados. Dessa forma acredita-se que esse estado de saúde/doença compromete uma importante dimensão da vida: o trabalho. Nesse sentido, o objetivo desse estudo é analisar narrativas de nutricionistas obesas na cidade de Salvador acerca de sua enfermidade frente a sua relação com o mundo do trabalho. Foi realizado um estudo de abordagem qualitativa a partir de narrativas de nutricionistas obesas acerca de suas percepções sobre obesidade e a influência no seu trabalho. O número de entrevistadas foi determinado em campo e considerado satisfatório quando a intersubjetividade sobre o objeto de estudo se apresentou nas narrativas. O estudo revelou que há uma clara desvantagem social em ser obeso, o que gera estigma que se magnifica na vida profissional da nutricionista obesa vista como incompetente. Nesse contexto, nutricionistas obesas, ao viverem no imperativo pela magreza, acessam dietas que se distanciam do discurso científico – não diferindo assim, do encontrado na população em geral, apesar do domínio técnico conferido pela academia. A obesidade permeada pelo estigma na profissão tem comprometido a saúde física e mental dessas mulheres - identificou-se que as nutricionistas obesas experiencia(ra)m o estigma no trabalho e também vivencia(ra)m situações de sofrimento nas relações sociais devido a forma do seu corpo, como se a obesidade representasse uma “impureza” na profissão, a ser higienizada do trabalho. Conclui-se que a compreensão da experiência de ser nutricionista obesa impõe o imperativo da magreza em função da magnificação do duplo estigma imposto pela sociedade, a de ser obesa e simultaneamente nutricionista obesa.