Transição para a vida adulta em duas gerações de famílias origem popular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carneiro, Ava da Silva Carvalho
Orientador(a): Sampaio, Sônia Maria Rocha
Banca de defesa: Pais, José Machado, Motta, Alda Britto, Heringer, Rosana Rodrigues, Dazzani, Maria Vírginia Machado, Sampaio, Sônia Maria Rocha
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28440
Resumo: Esta tese tem como objetivo principal compreender como os novos egressos das universidades públicas, que acessaram a educação superior pelo sistema de reserva de vagas, vivenciaram a transição para a vida adulta, e de que forma essa experiência de transição ocorreu nas gerações anteriores, na mesma família, considerando pais que interromperam os seus percursos escolares ainda na educação básica. Foram entrevistados cinco egressos da Universidade Federal da Bahia, suas mães, e dois pais. A pesquisa foi delineada a partir da abordagem da Teoria da Transição, proposta por Nancy Schlossberg, Elinor Waters e Jane Goodman. Os dados, produzidos através das Entrevistas Compreensivas, revelam a impossibilidade de analisar a transição para a vida adulta exclusivamente pelo referencial desenvolvido por essas autoras. A discussão sobre as mudanças que afetam essa nova geração a partir da experiência universitária, a compreensão a respeito dos processos de formação educacional nessas famílias e as noções desenvolvidas a respeito da adultez induziram à composição de um quadro teórico apoiado pelos conceitos de geração, de Karl Mannheim, e de espaço de experiência e horizonte de expectativa, de Reinhart Koselleck. Essa convergência teórica indicou que o prolongamento da juventude ainda não é um fenômeno presente entre os entrevistados, mesmo com o alongamento das trajetórias escolares, embora o investimento na educação tenha permitido uma vivência da adolescência praticamente inexistente entre os seus pais. A experiência no mundo do trabalho apareceu como o principal evento definidor da entrada na vida adulta. As políticas de permanência, parte do projeto das ações afirmativas, garantiram o adiamento ou a saída desse cotidiano laboral e asseguraram maior dedicação aos estudos entre os mais jovens, enquanto cursavam a graduação. Nesse sentido, cabe destacar a mudança no tempo, principalmente quanto às expectativas que esses filhos vão desenvolver em relação ao futuro, e a possibilidade que eles passam a ter de organizar as suas experiências. As transformações sociais, econômicas e culturais no Brasil, a partir dos anos 2000, apoiaram o início de um processo de democratização da educação superior que influi nesse novo panorama de experiências entre os jovens de origem popular.