Jovens em mudança: padronização e despadronização da transição para a vida adulta no Brasil
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15499 |
Resumo: | O objetivo desta tese é analisar os processos de transição da juventude para a vida adulta no Brasil no período de 1970 a 2010 e avaliar em que medida as mudanças ocorridas ao longo das décadas representam rupturas, continuidades, homogeneidades e heterogeneidades entre coortes e intra-coortes. A vantagem de se analisar a juventude como transição é que ela permite incorporar ao discurso da juventude os conceitos de processo, transformação, temporalidade e historicidade. O enfoque analítico em que a discussão proposta se dá é o das mudanças no curso da vida no nível macrossociológico, em que estão envolvidos aspectos institucionais, conjunturais e estruturais. Na Sociologia, os estudos têm apontado que está em andamento desde o final dos anos 1960 e início dos 1970 um processo de despadronização do curso da vida, marcado pela pluralização dos estilos de vida e pelo adiamento de determinadas etapas de transição, fenômeno acompanhado por uma menor ingerência do Estado na vida dos indivíduos, descrito pela literatura como desinstitucionalização. Esse novo modelo de transição se contrapõe ao observado após a Segunda Guerra, que se caracterizava pela padronização do curso da vida. Nele, prevalecia um modelo de transição linear, em que os eventos do curso da vida ocorriam em idades semelhantes. No que diz respeito à passagem para a vida adulta, tal linearidade é expressa pela sequência: sair da escola, entrar no mercado de trabalho, para então, deixar a casa dos pais, casar-se e ter filhos. A partir dos dados dos Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, discutiu-se a pertinência em se falar em despadronização e desinstitucionalização da transição para a vida adulta no Brasil. Os resultados apontam para um quadro de flexibilização dos modelos de transição para os diversos grupos socioeconômicos. No entanto, no que se refere ao timing em que os eventos aconteceram, não se pode dizer que a despadronização seja um fenômeno universal. Não há também evidências de que esteja ocorrendo no Brasil um processo de desinstitucionalização do curso da vida. Observou-se o adiamento generalizado da idade da saída da escola e de entrada no mercado de trabalho, mas permaneceram as diferenças entre os grupos socioeconômicos: os que possuem menor renda tendem a entrar na vida adulta mais cedo. Na esfera reprodutiva e/ou familiar, as desigualdades são mais expressivas, sendo, inclusive de antecipação da idade do nascimento do primeiro filho entre as mulheres de renda baixa. Os resultados desta tese sugerem que ocorre no Brasil uma despadronização seletiva |