Avaliação hidrogeológica e ambiental do sistema hídrico na área do Parque Estadual do Utinga, Belém, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Bahia, Vânia Eunice
Orientador(a): Leal, Luiz Rogério Bastos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23468
Resumo: Este estudo foi realizado no Parque Estadual do Utinga, localizado na Região Metropolitana de Belém (PA), que contém os reservatórios de águas superficiais (lagos Bolonha e Água Preta), responsáveis pelo abastecimento de sua população. Em seu entorno, verifica-se uma urbanização crescente e desordenada, possibilitando que essa área torne-se uma fonte potencial de contaminação. Face a isso, a presente pesquisa teve como objetivo principal a avaliação hidrogeológica e ambiental do sistema hídrico na área do Parque Estadual do Utinga, localizado em Belém-PA, correlacionando dados de estudos geofísicos, hidrogeológicos e geoquímicos, no sentido de se determinar a influência de contaminantes sobre os recursos hídricos subterrâneos da área de estudo, avaliando a possibilidade de os mesmos virem a influenciar nos mananciais de abastecimento. Foi aplicada em campo metodologia geofísica ao longo de alguns perfis e instalação de piezômetros para verificação da resposta geofísica, bem como para realizar testes hidrogeológicos e coletas de águas e sedimentos. A metodologia geofísica aplicada utilizou o método Eletromagnético (sistema Slingram), Georadar e Sondagens Elétricas Verticais (SEV), que evidenciaram a presença de camadas geológicas com características elétricas diferentes, permitindo a identificação de zonas mais condutoras associadas a camadas argilosas e zonas menos condutoras associadas a camadas arenosas, além da presença do nível freático próximo à superfície. As amostras para análises hidroquímicas foram coletadas em 7 piezômetros, 13 pontos de amostragem nos lagos Bolonha e Água Preta e em uma nascente, utilizada como background para a área de estudo. Os resultados analíticos das águas, tanto para a época de chuvas quanto para o de estiagem, mostraram-se influenciadas pelas características geológicas e climáticas da área. As amostras apresentaram baixas concentrações dos principais constituintes dissolvidos, inserindo-se no contexto dos padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação vigente. Valores anômalos apresentados pelos metais Cd+2, Cu+2 e Pb+2 foram detectados no período chuvoso, se apresentando próximos ou acima do limite estabelecido pela legislação. Pelo diagrama de Piper, as águas analisadas são predominantemente bicarbonatadas sódicas, sendo apenas uma das amostras de águas subterrâneas classificada como cloretada sódica, não apresentando características geoquímicas diferentes em relação aos períodos sazonais. Os aquíferos predominantes na área são dos tipos porosos, confinados, protegidos por camadas de material argiloso que variam de 4 a 15 metros de espessura e estão associados aos sedimentos que correspondem a unidade estratigráfica do Pós-Barreiras, do período Quaternário. As investigações hidrogeológicas dos aquíferos da área revelou um gradiente hidráulico de aproximadamente 0,013, com valores de porosidade efetiva de 28% e condutividade hidráulica entre 1,24 x 10-3 e 6,71 x 10-3 cm/s (média de 3,6275 x 10-5 m/s), mostrando que o fluxo subterrâneo se desloca a uma velocidade de aproximadamente 53,10 m/ano, no sentido norte-sul, em direção ao Parque Estadual do Utinga, mais precisamente aos Lagos Bolonha e Água Preta. Isso se constitui num fator de preocupação ambiental, uma vez que os lagos são efluentes em relação aos aquíferos locais e qualquer contaminação das águas subterrâneas poderá acarretar em contaminação dessas águas superficiais.