Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Sérgio Augusto de Morais |
Orientador(a): |
Barbosa, Johildo Salomão Figueirêdo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23460
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Resumo: |
O Alto Cristalino de Salvador é constituído por um aqüífero de natureza misto formado predominantemente por granulitos tonalíticos, charnoenderbíticos e monzodioríticos. Essas rochas estão intensamente fraturadas e encobertas por um espesso manto de alteração intempérica, sedimentos Terciários da Formação Barreiras e Quaternários costeiros, esses últimos representados pelas dunas, areias litorâneas e aluviões fluviais. Segundo os dados isotópicos obtidos, o aqüífero é recarregado essencialmente por água meteórica oriunda da precipitação pluviométrica, muito abundante nessa região de clima úmido. O fluxo subterrâneo regional se faz através das coberturas e/ou dos sistemas de fraturamentos subverticais que apresentam direções N30-400 e N130-1400 interceptados pelas fraturas horizontais que proporcionam um movimento da água subterrânea no sentido nordeste em direção à bacia hidrográfica do rio Ipitanga e leste/sul em direção ao Oceano Atlântico. Na zona de recarga do planalto costeiro dissecado situado à noroeste da cidade de Salvador, a água subterrânea é predominantemente cloretada-sódica sendo que ao longo do seu trajeto, passa gradativamente para cloretada cálcica-magnesiana, bicarbonatada sódica e bicarbonatada cálcicamagnesiana em direção ao mar. A influência marinha sobre a água subterrânea é notada em vários pontos próximos à orla atlântica, através do aumento da condutividade elétrica e dos teores de cloreto, sódio, magnésio, bicarbonato, e da dureza, porém com valores que não comprometem a sua qualidade ambiental. Entretanto, por se tratar de uma região fortemente antropizada, Salvador e arredores apresentam uma extensa disseminação dos nitratos e coliformes termotolerantes, além de alterações na sua cor e turbidez. Os metais níquel, manganês e ferro se apresentam com valores acima do limite máximo permitido pela legislação vigente em vários pontos, sendo que os dois últimos podem ser até considerados como naturais devido aos processos pedogenéticos ocorridos a partir de rochas cristalinas ricas em minerais ferromagnesianos. Valores positivos do índice de saturação de ferro, verificados na água subterrânea mostram a possibilidade de precipitação de hematita e goetita a partir da água que circula no espesso manto de alteração, fato este constatado pela sua cor predominantemente amarelo-avermelhada e avermelhada. O manganês está preferencialmente dissolvido sob a forma de Mn2+ havendo, entretanto, a possibilidade de precipitação da rodocrosita em alguns poucos pontos da região. O sistema aqüífero misto do Alto Cristalino de Salvador se apresenta mais vulnerável à contaminação ao longo da sua planície litorânea por apresentar, principalmente, o nível hidrostático mais raso e ser constituído quase sempre por areias capeando o regolito ou o embasamento cristalino. Entretanto, foi observado um maior risco de contaminação nas áreas do planalto costeiro rebaixado à montante das principais bacias hidrográficas que cortam o município de Salvador, sobretudo em áreas de alta densidade demográfica e que apresentam serviços precários de saneamento básico. Do ponto de vista quantitativo, o sistema aqüífero do Alto Cristalino de Salvador constitui um reservatório pequeno, com uma reserva renovável (Rr) capaz de abastecer cerca de 20 a 25% da sua população durante o ano. Sendo assim, não tem condições de substituir o sistema oficial de abastecimento e distribuição de água, em caso de colapso total. |