“O estudo da comunidade fundo de pasto de Lages das Aroeiras e sua luta pelo direito de existir”.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santana, Thálisson Luiz Maia lattes
Orientador(a): Zimmermann, Clóvis lattes, Brito, Anete lattes
Banca de defesa: Zimmermann, Clóvis Roberto lattes, Uzeda, Danilo lattes, Silva, Rafael Xukuru Kariri lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40408
Resumo: Este trabalho tem como objetivo explorar o modo de vida das comunidades de fundo de pasto, focando especificamente na comunidade Lages das Aroeiras, e analisando o impacto das políticas desenvolvimentistas sobre essas comunidades. O estudo busca observar possíveis mudanças resultantes das intervenções públicas, destacando como essas ações influenciaram o cotidiano e as práticas tradicionais das comunidades. As origens dessas comunidades estão intimamente ligadas aos antigos modos de ocupação do sertão para a criação extensiva de gado e caprinos. Concentradas principalmente no norte, nordeste e oeste da Bahia, essas comunidades se distinguem por um modelo de apropriação da terra baseado no uso comum, onde a terra é considerada um patrimônio coletivo, indiviso, pertencente às famílias sertanejas que compõem essas comunidades. Essa identidade coletiva, transmitida de geração em geração, está profundamente enraizada em tradições culturais, práticas agrícolas e um modo de vida único que se desenvolveu no sertão. O presente estudo pretende estimular uma discussão sobre as limitações das estratégias desenvolvimentistas, que historicamente têm ignorado as necessidades essenciais dessas comunidades. A trajetória de Lages das Aroeiras e de seus habitantes exemplifica a luta contínua por redução das desigualdades, segurança alimentar, direito aos territórios e regularização das terras de uso comum, oferecendo um vislumbre da história dos fundos de pasto na Bahia. A escolha dessa comunidade se justifica por seu papel pioneiro na organização coletiva em defesa dos direitos fundamentais e na reivindicação por políticas públicas que promovam a convivência sustentável com o semiárido. Lages das Aroeiras é um exemplo significativo desse modo de vida, marcado por uma história de luta e resistência no semiárido baiano. O estudo também aborda o fortalecimento das políticas de convivência com o semiárido, evidenciado pela atuação de organizações como a Cooperuc e o IRPAA, que há mais de 25 anos desenvolvem atividades voltadas para a adaptação ao Semiárido. Além disso, busca-se compreender como essas organizações contribuíram para a criação e fortalecimento de outras iniciativas sociais voltadas para a convivência com o Semiárido e a assistência técnica e extensão rural (ATER). Com base nesse contexto, o trabalho questiona como as práticas de manejo das áreas comuns e o pastoreio extensivo em Lages das Aroeiras—esse "jeito de ser, fazer e viver"—foram afetados ao longo dos processos históricos pelos discursos e ações desenvolvimentistas implementados pelo Estado brasileiro.