Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Medeiros, João Paulo Machado |
Orientador(a): |
Atta, Ajax Mercês |
Banca de defesa: |
Cardoso, Luciana Santos,
Campos, Régis de Albuquerque |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Farmácia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Farmácia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22626
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Resumo: |
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune caracterizada por profunda desregulação imune, produção descontrolada de autoanticorpos e manifestações clínicas variadas. A produção aumentada de IgE tem sido descrita nesta doença, porém existem ainda controvérsias sobre a presença de doenças alérgicas respiratórias nos pacientes acometidos pelo LES. Objetivos: Investigar a produção de IgE, presença de anticorpos contra aeroalérgenos em portadores de LES atendidos no Núcleo de Reumatologia do Hospital Santa Isabel Salvador (BA) e a existência de possíveis mecanismos reguladores associados com a produção de citocinas séricas associadas com a resposta de anticorpos IgE para aeroalérgenos (IL-2, IL-4, IL-5 e IL-10). Pacientes, material e métodos: Foram incluídas 81 pacientes do gênero feminino portadoras de LES, apresentando em média 8 anos de diagnóstico, a maioria com doença cuja atividade foi classificada pelo SLEDAI variando de moderada a muito alta. Laboratorialmente, foram pesquisados anticorpos antinucleares, IgE sérica total e específica para alérgenos da poeira domiciliar (HMx3), complemento C3 e C4 e os níveis das citocinas IL-2, IL-4, IL-5 e IL-10 no soro. Evidência de alergia respiratória (asma alérgica e rinite) foi investigada pelo questionário ISAAC. Como grupo controle, foram incluídas 34 mulheres saudáveis de idade equivalente. Resultados: Todas as pacientes tinham autoanticorpos antinucleares, com maior prevalência de anticorpos antinucleossomo e anti-dsDNA. Níveis aumentados de IgE (> 100UI/mL) foram encontrados em 63,0% e 41,3% das pacientes e controles, respectivamente, sendo mais altos no grupo com LES (P = 0,004), observando-se que a soropositividade para anticorpos IgE contra aeroalérgenos estava associada com níveis elevados desta imunoglobulina apenas nos controles (P < 0,0001). Foi verificada uma maior frequência de anticorpos para alérgenos de D. pteronyssinus e B. tropicalis no grupo controle (P = 0,012 and P = 0,002, respectivamente). Os níveis de IL-2, IL-4 e IL-5 não foram diferentes comparando-se os dois grupos, inclusive quanto à soropositividade de anticorpos IgE para alérgenos domiciliares. Contudo, os níveis de IL-10 foram diferentes entre os mesmos (P = 0,030), sendo, contudo similares quando os pacientes e controles foram classificados de acordo com o nível de IgE total. Adicionalmente, os níveis de IL-10 foram semelnates nas pacientes lúpicas soropositivas para IgE contra D. pteronyssinus e B. tropicalis (P > 0,05). De acordo com a pontuação alcançada no questionário ISAAC, existiria uma associação entre a presença de asma alérgica e o LES (P = 0,015). Contudo, tal associação não foi suportada pelos achados laboratoriais obtidos neste estudo. Conclusão: Pacientes com LES possuem níveis aumentados de IgE, os quais não estão associados com a produção de anticorpos IgE para aeroalérgenos. Por outro lado, existe a possibilidade de que a menor soropositividade observada nos pacientes lúpicos para anticorpos IgE para aeroalérgenos domiciliares resulte da modulação imune mediada por IL-10, uma citocina que se encontra elevada nestes indivíduos. |