A depleção de colesterol interfere na expressão de caveolinas em linhagem celular de carcinoma epidermóide de boca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cerqueira, Paloma Souza Gonçalves
Orientador(a): Xavier, Flávia Caló de Aquino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Odontologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Odontologia e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31815
Resumo: A cavéola é um microdomínio de membrana celular, rica em colesterol e esfingolipídios, constituída por proteínas estruturais e regulatórias denominadas de caveolinas (Cav-1, -2, e -3). Corresponde a um tipo de balsa lipídica e é um local de ancoramento de receptores celulares e moléculas envolvidas nas vias de transdução de sinal intracelular, inclusive em células neoplásicas. O desenvolvimento do câncer decorre da interrupção da homeostase entre a proliferação celular e apoptose, sendo tais células caracterizadas ainda pela elevada capacidade de invasão tecidual e metástase, evento este dependente do processo de transição epitélio-mesenquimal (TEM). Por meio deste, as células sofrem alterações em suas características epiteliais, adquirindo um fenótipo invasivo (mesenquimal). Dentre as moléculas sinalizadoras da TEM, a Cav-1 tem sido descrita, porém pouco se sabe da sua participação no câncer de boca, bem como em respeito a Cav-2 e Cav-3. Para avaliar a participação de caveolinas no carcinoma epidermóide de boca (CEB) e sua possível relação com a TEM, o presente estudo induziu a desestabilização da estrutura caveolar através do ensaio de depleção do colesterol em linhagem celular de CEB (SCC9). A expressão das Caveolinas 1 e 2 (Cav- 1 e Cav-2) foi avaliada pré e após ruptura da estrutura caveolar. As expressões gênica e proteica foram mensuradas através de qRT-PCR e Western blot, respectivamente, e a sublocalização celular avaliada através de imunofluorescência. A depleção do colesterol resultou em alteração da morfologia celular de CEB nas diferentes concentrações de MβCD, bem como diminuição das taxas de proliferação e viabilidade celular e aumento das taxas de apoptose tardia. A análise da expressão de transcritos de CAV-1 revelou a expressão gênica aumentada nas SCC9 tratadas no período de 24 horas em diferentes concentrações de MβCD: (5mM, 7,5mM, 10mM e 15mM) em relação SCC9 parental com diferença estatisticamente significativa (p= 0,0004, teste Kruskal-Wallis). Não houve diferença estatística para a mesma análise em CAV 2 (p= 0,1, teste Kruskal Wallis), assim como na análise de associação entre os transcritos CAV 1 e CAV2 (p= 0,88, teste de Mann-Whitney). A expressão proteica da Cav-1 mostrou-se aumentada, com posterior diminuição dose-dependente. Apenas nas amostras tratadas com MβCD a 5mM observou-se diferença estatisticamente significante (p= 0,02, teste Krukal-Wallis). O ensaio de imunofluorescência exibiu menor intensidade de marcação citoplasmática e membranar nas amostras tratadas, tanto para Cav-1, quanto para Cav-3. Tais achados indicam a modulação de colesterol como possível mecanismo subjacente à regulação dessas moléculas e ativação da TEM no CEB.