O Bacharelado interdisciplinar em saúde e o curso de medicina da UFRB: narrativas de um conflito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Eliana Santos de
Orientador(a): Sampaio, Sônia Maria Rocha
Banca de defesa: Rico, Ana Maria, Leite, Rita de Cássia Nascimento, Pontes, Suely Aires
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares Sobre a Universidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28559
Resumo: A formação disciplinar, caracterizada pela fragmentação do conhecimento, é resultado de processos históricos, sociais e políticos que apresentam implicações para a educação, especialmente para a educação superior na contemporaneidade. O ensino de graduação representa uma ação complexa, constituindo-se numa importante missão da tradição acadêmica. Nas últimas décadas, as universidades públicas brasileiras passaram por mudanças que visavam a democratização da educação superior e a ressignificação da arquitetura curricular e pedagógica, resultando no surgimento de propostas inovadoras como o regime de ciclos de formação, a exemplo dos Bacharelados Interdisciplinares (BI). Neste estudo, os BI são compreendidos como uma formação mais flexível, integrada, interdisciplinar e progressiva cuja implementação tem provocado inquietações. O objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento e o estado atual do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS) como proposta de primeiro ciclo de formação geral e introdutória de base interdisciplinar, a partir da criação do curso de Medicina, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A investigação foi realizada no Centro de Ciências da Saúde (CCS), localizado na cidade de Santo Antônio de Jesus, seguindo os passos de uma pesquisa qualitativa apoiada na abordagem da etnografia institucional, que visa um entendimento da realidade dos sujeitos envolvidos, a partir dos significados por eles atribuídos ao contexto que experienciam. Os dados foram produzidos através da entrevista compreensiva, da análise documental e da observação participante, sendo toda a pesquisa acompanhada por registros no diário de campo. Foram realizadas seis entrevistas, sendo cinco estudantes e uma docente, membros da comunidade acadêmica do CCS. A análise dos dados, a partir dos relatos dos sujeitos, permitiu a compreensão de diferentes pontos de vista sobre o que a implantação do regime de ciclos provocou nos cursos da área de saúde, sobretudo com a presença do curso médico. O estudo revelou que este modelo, implantado desde o primeiro semestre de 2014, provocou mudanças num clima de grande tensão institucional. Os resultados da pesquisa indicam que o processo ainda encontra-se em consolidação, apontando para a necessidade do CCS/UFRB persistir na sua proposta de inovação na formação, fundamentada na interdisciplinaridade e coerente com as novas demandas da atualidade.