Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Matos, Marilia Neri
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Orientador(a): |
Sampaio, Sônia Maria Rocha
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Banca de defesa: |
Sampaio, Sônia Maria Rocha,
Santos, Georgina Gonçalves dos,
Jesus, Jaqueline Gomes de,
Silva, Luís Augusto Vasconcelos da,
Andrade, Luma Nogueira de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
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Departamento: |
Instituto de Psicologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34838
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Resumo: |
A maioria das sociedades construiu olhares fixos sobre conceitos que são naturalizados no cotidiano, entre eles, o conceito de gênero. As pessoas transgêneras, que não se identificam com o gênero designado ao nascer, subvertem essa lógica binária, sendo alvo de marginalização e violência em diferentes contextos, entre eles, o contexto educativo. A partir de diálogos teóricos entre o Interacionismo Simbólico, as Epistemologias do Sul e as teorias queer, a presente tese propõe analisar a presença de pessoas trans em duas universidades federais da Bahia, em diálogo com a cisnormatividade que as afeta. A cisnormatividade é uma imposição da cisgeneridade, como expressão de gênero “natural” e “adequado” à sociedade, violentando outras formas de expressão da identidade de gênero. Considerando a importância de estudos sobre a presença de pessoas transgêneras em ambientes educacionais, com destaque para o ensino superior, esta pesquisa quis colaborar para a compreensão das trajetórias acadêmicas das pessoas transgêneras, bem como os impactos dessas temáticas e pessoas no contexto universitário. Para tanto, com base na abordagem qualitativa, os dados foram produzidos por entrevistas compreensivas com pessoas trans, utilizando também as notas do diário de campo da pesquisa. Os resultados foram construídos em minha em minha trajetória como uma pesquisadora cisgênera que se desconstruiu ao longo da pesquisa, reconhecendo erros e exotificações para com as pessoas trans, como fruto dessa cisgeneridade. Os dados das entrevistas me permitiram perceber que a universidade é reprodutora de silenciamentos e violências contra pessoas trans, não promovendo rápidas respostas para mudanças burocráticas para respeito ao nome social e onde ocorre dificuldade no uso dos banheiros e outros espaços comuns. Ao mesmo tempo, é um terreno contraditório e potencial para a desconstrução dessa cisnorma arraigada, fomentando o encontro entre pessoas trans que se auxiliam na permanência, ao mesmo tempo em que convidam pessoas cis a rever suas ideias e atitudes, apesar de resistências. Dessa forma, considero que o maior impacto da pesquisa foi sobre a minha própria trajetória acadêmica e de vida, reconhecendo as limitações do meu trabalho e possibilidades para futuros estudos, destacando a cisnormatividade como uma opressão que caminha com outras opressões em direção a um mundo padronizado, mundo que é afetado no encontro com outras formas de existência e, por isso, pode se reconstruir. |