Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Maia, Margareth Peixoto |
Orientador(a): |
Rocha, Pedro Luís Bernardo da |
Banca de defesa: |
Wagner, Elizabeth Maria Souto,
Montaño, Marcelo,
Niño El-Hani, Charbel,
Rocha, Pedro Luís Bernardo da |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Biologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia - Teoria, Aplicação e Valores
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33784
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Resumo: |
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é o instrumento de política pública ambiental mais disseminado a nível global. Há expectativa de que a AIA promova uma avaliação integrada dos impactos sobre os ambientes físico, biológico e social, demandando a integração de conhecimentos de diferentes disciplinas acadêmicas e setores sociais. Acreditamos que a crítica de que este instrumento não tem sido capaz de propiciar essa integração pode derivar da falta de integração na produção acadêmica sobre AIA e, tendo em vista a sua abrangência e relevância, consideramos que este pode fornecer indícios importantes sobre a produção de conhecimento científico aplicado e útil à gestão ambiental pública. Na primeira parte da tese avaliamos essa hipótese, caracterizando a literatura científica recente sobre AIA, considerando o padrão de autoria e o padrão de citação dos artigos selecionados. Os resultados revelaram: (a) grande disparidade entre as áreas de conhecimento na produção científica aplicada à AIA, no Brasil e no mundo, com predomínio de pesquisadores das engenharias (Brasil: 92,5%; Mundo: 65%), e participação reduzida da ecologia (Brasil: 27,5%; Mundo: 15%) e das ciências sociais e humanas (Brasil: 27,5%; Mundo: 10%); (b) os artigos de periódicos das engenharias são os mais citados (Brasil: 42%; Mundo: 37%), e os da ecologia (Brasil: 9,7%; Mundo: 8,9%) e ciências sociais e humanas (Brasil: 9,4%; Mundo: 12%) são os menos citados em todos padrões de produção de conhecimento. Os resultados sugerem que o campo de pesquisa de AIA no Brasil está se estabelecendo com pouca participação da ecologia e das ciências sociais e humanas. Acreditamos que, se estas ciências desejam ampliar sua relevância na atual crise ambiental devem incluir em sua agenda a interação com outras disciplinas e o setor não acadêmico, visando produzir conhecimento útil à gestão ambiental pública. Na segunda parte da tese propomos um modelo hierárquico desenvolvido a partir da revisão e sistematização da literatura de campos de pesquisa diversos e entrevistas com cientistas, estudantes de doutorado e técnicos de órgãos ambientais das áreas das engenharias, ecologia e ciências sociais, para explicar os fatores que estimulam a produção de conhecimento científico aplicado e útil à gestão ambiental pública. A análise das literaturas e das entrevistas propiciou uma riqueza de perspectivas e uma compreensão mais ampla sobre os fatores que influenciam a lacuna ciência-prática na gestão ambiental pública, além da identificação de concepções compartilhadas e particulares às áreas de conhecimento. Esperamos que nosso modelo estimule outros pesquisadores a aperfeiçoá-lo conceitualmente. |