Formação técnica, profissão professora: expressões identitárias das estudantes da ETFBA, na década de 1970

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Brito, Sonia Maria de Souza
Orientador(a): Vanin, Iole Macedo
Banca de defesa: Souza, Ângela Maria Freire de Lima e, Aras, Lina Maria Brandão de, Casagrande, Lindamir Salete, Silva, Naiaranize Pinheiro da, Silva, Salete Maria da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27500
Resumo: Esta tese resulta da pesquisa realizada com mulheres que, na década de 1970, ingressaram na Escola Técnica Federal da Bahia - ETFBA, com o objetivo de se tornarem técnicas industriais em Eletrotécnica, Mecânica e Metalurgia e tiveram seus intentos de trabalhar nas indústrias, que se instalavam em Salvador e sua região metropolitana, desviados por uma realidade que lhes indicou a carreira docente, no final do processo de profissionalização. Sustentada em uma abordagem teórico-metodológica da História das Mulheres, dos Estudos Feministas e da História Oral discuto as trajetórias e experiências de formação de nove mulheres, ex- estudantes da ETFBA, com o objetivo de analisar os contextos, práticas e discursos peculiares ao processo formativo profissional da Escola, de modo a responder como as representações sociais de gênero, de raça e de classe motivaram a definição das estudantes pela profissão docente, ao concluírem a formação técnica industrial. A pesquisa indicou evidências de relações de gênero, em muitos casos interseccionados com os demarcadores de raça e classe, no contexto de formação técnica e permitiu identificar as experiências de formação, vivenciadas por essas mulheres, como central para a compreensão de uma situação paradoxal: as jovens da década de 1970, movidas por novas construções culturais que sua época apresentava, buscavam se inserir em áreas profissionais designadas historicamente aos homens, através da profissionalização em uma Escola Técnica e acabavam, depois de alcançarem sucesso nesse processo, abrindo mão da intenção que as moveram, para se inserirem no magistério, área profissional historicamente designada às mulheres. Apresentando-se bifurcada em dois campos dos estudos de gênero, o da formação profissional e do trabalho feminino, a pesquisa confirmou que além das representações sociais de gênero, raça e classe evidenciadas no processo formativo, o mercado de trabalho na Bahia expressava uma limitação à possibilidade de acesso e permanência da mão de obra feminina, em particular nas áreas de formação escolhidas pelas mulheres entrevistadas, o que representou, também, uma explicação para o desvio profissional indicado na problemática da pesquisa.