Contribuição à crítica do trabalho da Fonoaudiologia Educacional à luz da concepção histórico-cultural da linguagem: diante do crescente processo de medicalização e patologização da educação, que fazer?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gentil, Maíra Araújo de Oliva
Orientador(a): Santos Júnior, Cláudio de Lira
Banca de defesa: Taffarel, Celi Nelza Zulke, Viégas, Lygia de Sousa, Martins, Lígia Márcia, Masini, Maria Lúcia Hage, Oliveira, Elaine Cristina de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20720
Resumo: Esta pesquisa insere-se entre aquelas que buscam contribuir para a construção de um conhecimento científico capaz de instrumentalizar os homens para refletirem sobre sua realidade buscando transformá-la. Teve como objeto de estudo o trabalho da Fonoaudiologia Educacional e investigou a possibilidade de atuação junto à linguagem a partir de uma perspectiva não medicalizante. O objetivo foi, em primeiro lugar, descrever de forma crítica e rigorosa, o atual trabalho do fonoaudiólogo educacional, buscando estabelecer os nexos e relações que constituem a atuação desse profissional no âmbito educacional no Brasil. Em segundo lugar, contribuir para a construção de uma perspectiva de atuação da Fonoaudiologia Educacional que, baseada na concepção histórico-cultural da linguagem e alicerçada na compreensão de que é na interação verbal que a relação conflituosa do indivíduo com a linguagem emerge de maneira contextualizada histórica e socialmente, age na ressignificação dos sintomas do “não aprender”, desconstruindo visões a-históricas e naturalistas da formação humana. Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica, orientada de acordo com o tríplice movimento da dialética materialista: 1) De crítica, buscando dialogar, dentro do campo de estudo da Fonoaudiologia, com o que há de mais avançado na pesquisa científica em Fonoaudiologia Educacional, recorrendo aos dados da CAPES, do BDTD e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. O banco de dados da pesquisa foi composto por 1 Tese de Doutorado, 8 Dissertações de Mestrado e 6 Artigos; publicados entre os anos de 2001 e 2013. Quanto ao tratamento e análise dos dados, cada um dos trabalhos foi lido integralmente e fichado pela pesquisadora. A partir de tais fichamentos, foram elencadas 5 (cinco) categorias de análise, elaboradas a partir de fenômenos recorrentes nos trabalhos analisados. São elas: Categoria 1: Concepção de Linguagem; Categoria 2: Concepção de Homem; Categoria 3: Função Social da Escola; Categoria 4: Fracasso Escolar ; Categoria 5: O papel da Fonoaudiologia Educacional; 2) De construção do conhecimento “novo”, a partir do que existe de mais avançado no campo científico dentro do objeto de estudo. Neste sentido, tomou-se como base o conhecimento elaborado pela Psicologia Soviética (Lê-se Luria, Leontiev, Vigotski e outros teóricos ligados à suas pesquisas), acrescida das contribuições de Bakhtin ao estudo da linguagem e 3) Da nova síntese no plano do conhecimento e da ação apontando contribuições ao pensar da Fonoaudiologia Educacional a partir da concepção histórico-cultural da linguagem. A pesquisa concluiu que o papel da Fonoaudiologia Educacional Histórico-Crítica é o lugar possível, dentro e fora da escola, agindo na defesa da escola como espaço de humanização da criança, através da aquisição sistemática e intencional dos conteúdos historicamente elaborados pela humanidade, combatendo a lógica biologizante e, portanto, medicalizante da formação humana.