Imunopatogenia do lúpus eritematoso sistêmico na bahia: envolvimento de autoanticorpos e prolactina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Rodrigo Carvalho
Orientador(a): Atta, Ajax Mercês
Banca de defesa: Carvalho Filho, Edgar Marcelino, Nascimento, Roberto José Meyer, Campos, Régis de Albuquerque, Figueiredo, Camila Alexandrina Viana
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Ciência da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Imunologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22991
Resumo: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença reumática autoimune que pode acometer uma em cada 1.700 mulheres brasileiras. Trata-se de doença cuja etiologia se fundamenta na associação da predisposição genética dos pacientes com fatores ambientais e hormonais, perda da tolerância imunológica e propagação da autorreatividade inata e adaptativa, resultando em manifestações clínicas complexas e multivariadas. Diversos aspectos associados com a atividade do LES, especialmente a doença renal presente em importante proporção dos pacientes, têm sido objeto de intensa investigação. Entre estes, a participação de autoanticorpos e a contribuição de componentes bioativos como citocinas e hormônios na nefrite lúpica ocupam posição de destaque. Objetivo: No presente estudo foi investigada a participação dos anticorpos anti-dsDNA totais e de alta avidez, antinucleossomo (ANuA) e hiperprolactinemia na atividade do LES e nas suas manifestações clínicas com destaque para Artropatia de Jaccoud, usando como população alvo mulheres lúpicas residentes na Bahia. Material e Métodos: Cento e quarenta e duas mulheres portadoras de LES foram investigadas para a prevalência e níveis de anticorpos anti-dsDNA totais, anticorpos anti-dsDNA de alta avidez e ANuA, além de hiperprolactinemia. Adicionalmente, foram testadas as correlações dos níveis destes componentes com a atividade da doença e suas associações com as manifestações clínicas mais prevalentes nestas pacientes. Autoanticorpos antinucleares foram determinados por testes de imunofluorescência indireta e ELISA. Níveis séricos de prolactina e citocinas foram determinados por imunoensaios de captura de antígeno, enquanto os níveis de C3 e C4 foram determinados por imunonefelometria. Os níveis de creatinina e proteinúria foram medidos por métodos colorimétricos e a atividade lúpica avaliada com o protocolo SLEDAI-2K. Testes de estatística univariada foram usados nas análises dos resultados. Resultados: Os níveis de anticorpos anti-dsDNA de alta avidez e de anti-dsDNA totais se correlacionaram diretamente com os níveis de anticorpos antinucleossomo, sendo esta correlação mais forte com os primeiros. Correlações significativas entre os níveis de C3, C4, VHS, proteinúria e SLEDAI foram observadas com os níveis de anticorpos anti-dsDNA de alta avidez e, exceto proteinúria, com os níveis de ANuA. Os níveis de anticorpos anti-dsDNA totais se correlacionaram apenas com os níveis de C3 e SLEDAI, porém de forma menos significativa que os anticorpos anti-dsDNA de alta avidez e ANuA. Pacientes com artropatia de Jaccoud apresentaram níveis mais altos de anticorpos antidsDNA totais e IL-6. Hiperprolactinemia leve a moderada foi encontrada em 19,7% das pacientes, observando-se níveis séricos de prolactina mais altos nas pacientes com comprometimento renal, além de existir correlação entre os níveis séricos deste hormônio com os níveis de creatinina sérica e proteinúria. Adicionalmente, existiu uma aparente supressão da produção de anticorpos anti-RNP- 70 em pacientes lúpicas hiperprolactinêmicas com fenômeno de Raynaud. Conclusões: Anticorpos anti-dsDNA constituem-se em importantes biomarcadores de doença ativa em pacientes portadoras de LES residentes na Bahia, podendo complementar o diagnóstico da artropatia de Jaccoud nestas pacientes, além de sugerir a presença de comprometimento renal quando são de alta avidez e detectados conjuntamente com proteinúria e baixos níveis de C3. Por outro lado, a presença de uma hiperprolactinemia leve a moderada pode ser verificada nestas mulheres, cujo envolvimento na doença renal lúpica foi demonstrado neste estudo, além de inibir a produção de anticorpos anti- RNP-70.