“Você (não) precisa aprender inglês se quer ser pesquisador(a)!”: o inglês como língua da comunicação cientifica na visão de estudantes pesquisadores(as) em ensino de ciências
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
Universidade Estadual de Feira de Santana |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31964 |
Resumo: | Este estudo baseou-se nas reflexões e embates que envolvem o(a) estudante pesquisador(a) de cursos de pós-graduação stricto sensu em ensino de ciências no que se refere ao conhecimento da língua inglesa como língua internacional da ciência e os desafios do universo da produção científica da sociedade globalizada. O objetivo foi identificar e analisar a problemática do uso de línguas adicionais, de forma particular o inglês, diante dos desafios da internacionalização da ciência e seus desdobramentos, como a relação estreita entre o uso reduzido de línguas adicionais na divulgação do conhecimento científico no Brasil e a necessidade de produtividade e de visibilidade da produção científica brasileira, em defesa de políticas linguísticas que não contribuam para a perpetuação de uma hegemonia monolíngue. Numa primeira instância, o construto teórico da pesquisa foi estabelecido em três pilares: 1) o inglês como língua internacional; 2) A necessidade de ruptura com o uso predominante do inglês na pesquisa e os desafios da produção científica nacional na internacionalização da ciência que vão de encontro à perpetuação de uma hegemonia monolíngue de alcance global e local; 3) As problemáticas referentes à produção e à circulação dos conhecimentos científicos na concepção dos participantes da pesquisa em relação com o referencial teórico. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de cunho qualitativo no qual buscou-se investigar as visões dos estudantes quanto a sua proficiência linguística em língua inglesa e as suas proposições concernentes às políticas linguísticas no sistema educacional, principalmente as suas reações frente à anglicização da ciência. A internacionalização, no contexto da pesquisa, não equivale nem a “americanização” nem à “anglicização” do mundo acadêmico, mas a um processo de bilateralidade da cooperação e da mobilidade e de iniciativas multilaterais dos sujeitos envolvidos. Para a geração de dados, foram aplicados questionários a estudantes de 7 dos 10 programas de pós-graduação stricto sensu em ensino de ciências de algumas universidades do Brasil com conceito CAPES igual ou superior a 5, obtendo-se a participação de 87 discentes. Também foram aplicados questionários abertos aos coordenadores dos programas envolvidos e foi realizado um grupo focal com estudantes com experiência de produção acadêmica em língua inglesa. Na triangulação dos dados ainda foi incluído um questionário com um dos fundadores do PPGEFHC, o programa de pós-graduação que teve maior número de participantes. Esse estudo traz contribuições importantes aos PPG em Ensino de Ciências na medida em que escuta os(as) estudantes acerca de sua condição de pesquisadores(as) em línguas adicionais, e apresenta algumas orientações concernentes às políticas linguísticas que podem ser implementadas ou adaptadas na educação superior e na PG. Os resultados e as constatações são de fundamental relevância para o avanço das discussões político-ideológicas inerentes às políticas linguísticas relacionadas ao processo de internacionalização da ciência na atualidade, mas, em especial, para aprofundar a reflexão sobre aspectos que encorajem a valorização de línguas não hegemônicas, decoloniais, nas quais a língua portuguesa e outras línguas se inserem poderosamente em função da qualidade de suas pesquisas e de seus/suas pesquisadores(as). |