Instabilidade Poética: síntese provisória de uma prática de movimento
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Escola de Dança
Escola de Teatro |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15130 |
Resumo: | Esta Dissertação pretende oferecer uma síntese provisória para a prática artístico-pedagógica de movimento que venho desenvolvendo e nomeando como Instabilidade Poética. Esta proposta de abordagem metodológica de movimento é tributária dos campos da dança, da educação somática, da técnica de Pilates e da Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. O desenvolvimento do texto passa pela descrição de três espetáculos de minha autoria: Ideias de Teto (2002), Estudo para Lesma (2006) e Deslimites (2007), assim como pela análise do trabalho de três artistas não pertencentes à área da dança: M. C. Escher, desenhista holandês (1898-1972); Arnaldo Antunes, músico, compositor, artista visual e poeta brasileiro contemporâneo (1960- ); e Manoel de Barros, poeta brasileiro (1916- ). A partir da descrição e análise dos procedimentos criativos apreendidos das obras, levanto características de uma Poética de Instabilidade. A instabilidade, aqui, nomeia o conjunto de estratégias de deslocamentos de sentidos físicos e simbólicos utilizados pelos artistas em suas criações. Defendo, a partir das experiências artísticas descritas e analisadas, a instabilidade como fator criativo e reorganizador da percepção sensório-motora e discuto as relações entre propriocepção e imaginário. Encaminhando a discussão, apresento a Flymoon®, invenção minha, que nomeia tanto o equipamento de exercícios gerador de instabilidade, quanto o repertório de movimentos desenvolvidos para o seu uso. No meu trabalho, essa indissociável vinculação entre equipamento e repertório cria os marcos da instabilidade e da transdisciplinaridade, deixando explícitos os trânsitos entre criação artística e criação técnica a partir da sua existência material e suas diversas aplicações. Discuto aplicações diversas ao uso da palavra ‘técnica’ e apresento os entendimentos propostos aqui, em cada situação. Proponho uma reflexão sobre os modelos pedagógicos de ensino de movimento que desconsideram a implicação da criatividade no bem estar e na emancipação pessoal, a partir de Durand, Bachelard e Winnicott. Considero ainda as consequências de contextos sócio- filosófico-culturais que insistentemente fragmentaram a visão do homem sobre si mesmo e sobre o mundo em categorias e especializações, que excluíram dos seus campos questões vinculadas ao imaginário, à criatividade, ao sonho e à fantasia. Discuto as implicações políticas e prejuízos dessa fragmentação às diversas áreas que tem no movimento humano a sua atuação e, necessariamente, demandam competências inter-relacionais do Profissional de Movimento. E, finalmente, a partir do reconhecimento de elementos de uma Poética de Instabilidade afinados com a Pedagogia da Autonomia (FREIRE), descrevo um conjunto de práticas provisórias que são o ponto de partida para o desenvolvimento do que se insinua como uma nova prática corporal, que chamo de Instabilidade Poética. |