Estudo farmacológico de extratos polares da Virola surinamensis (Myristicaceae) (Rol) Warb. na pressão arterial e na contração do músculo esquelético de roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Lima, Thiago Mattos de Araújo
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4968071648487549
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
BR
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2255
Resumo: A Virola surinamensis, conhecida popularmente como ucuúba, ucuúba branca, ucuúba de igapó, sucuba, é uma árvore que cresce em várzeas e em bancos de areia em rios na Floresta Amazônica. A resina da casca é utilizada na medicina popular para o tratamento de erisipelas e o chá das folhas é indicado em cólicas, dispepsia, processos inflamatórios e para o tratamento da malária. Dentre os constituintes de Virola surinamensis foram descritos arilpropanoides, neolignanas, lignanas, sesquilignóides, lignóides diméricos, flavonóides, diarilpropanos, -butirolactonas, alcalóides e derivados do ácido benzóico. Desses, destacam-se as lignanas e neolignanas por suas atividades anti-parasitária e anti-fúngica. Estudos farmacológicos anteriores descrevem atividade anti-parasitária dos óleos essenciais, atividade anti-leishmania, anti-inflamatória, antifúngica, inseticida e gastroprotetora. Este trabalho teve como objetivo o estudo das ações farmacológicas da fração butanólica padronizada de Virola surinamensis e a análise dos mecanismos do efeito hipotensor e da potenciação da contração do músculo esquelético. A padronização química foi obtida após partição do extrato aquoso das folhas (EA) em butanol dando origem à fração butanólica (FBut). A purificação da Fbut por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) originou 10 frações de elevado grau de pureza (F1 a F10) que se encontra em processo de identificação. A triagem farmacológica do EA e da Fbut mostrou baixa ação no SNC. Na pressão arterial de ratos anestesiados a injeção endovenosa tanto do extrato aquoso como da fração butanólica produziu hipotensão aparentemente associada à uma ação bloqueadora de receptores α1-adrenérgicos. A Fbut mostrou-se eficaz na redução da pressão arterial durante o tratamento crônico. As substâncias absorvidas não modificaram o comportamento animal no teste de Irwin, mas produziram hipotensão reversível com início em torno de 30 minutos, tempo necessário para o esvaziamento gástrico. O tratamento repetido durante 7 dias também não modificou o comportamento animal, mas houve um efeito residual cumulativo da FBut que a cada dia reduziu o valor basal da pressão arterial dos ratos. Em anéis de aorta sem endotélio, a Fbut relaxou o tônus induzido pela noradrenalina de maneira concentração-dependente, mostrando que Fbut não interfere no sistema NOS. Este efeito foi indicativo de antagonismo competitivo e reforça as evidências obtidas na pressão arterial de que o mecanismo da hipotensão produzida pela Fbut é o bloqueio de adrenoceptores do tipo α1. A Fbut potenciou a contração obtida por estímulo direto da fibra muscular do diaframa de rato. Em microssomas isolados da musculatura esquelética do coelho, a Fbut inibiu a atividade da Ca2+-ATPase à semelhança da tapsigargina, indicando que a potenciação da contração do diafragma parece estar relacionada à diminuição da recaptação de Ca2+ pelo retículo sarcoplasmático.