Avaliação química e farmacológica de extratos secos das folhas de espécies de pedra-ume-caá
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Química |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8933 |
Resumo: | Espécies vegetais conhecidas popularmente como pedra-ume-caá são utilizadas na medicina popular no Brasil para o tratamento do diabetes, e a matéria-prima vegetal é comercializada em todo o país. Portanto, as folhas de diferentes espécies de pedra-ume-caá foram coletadas em três locais: Embrapa Amazônia Ocidental-AM [Myrcia multiflora (MmEAO) e Eugenia punicifolia (EpEAO)]; na Reserva Florestal Adolpho Ducke-AM [M. sylvatica (MsylRAD) e E. punicifolia (EpRAD)] e na Área de Proteção Ambiental-PA [M. multiflora (MmAPA), M. sylvatica (MsylAPA), M. guianensis (MguAPA), M. amazonica (MamAPA), E. punicifolia (EpAPA) e E. biflora (EbAPA)]. Os extratos dessas espécies e de 17 amostras comerciais adquiridas em Manaus, Belém e Goiânia foram preparados por infusão. Todos os extratos foram analisados por CLAE-EMAR e RMN, submetidos à análise quimiométrica (PCA e HCA) e por RMNq (amostras nativas). O efeito antidiabético dos extratos secos das espécies nativas foi avaliado de acordo com a sua inibição de -glucosidase, -amilase e lipase, bem como seu teor de fenóis totais, viabilidade celular in vitro e atividades de eliminação de radicais livres e antiglicação. Os testes de tolerância oral a maltose (EbAPA e EpEAO) e de dose múltipla crônica (EbAPA e MmAPA) em camundongos diabéticos induzidos por estreptozotocina (STZ) foram realizados em 28 dias. Posteriormente, parâmetros bioquímicos, hemólise, nível de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico no fígado e análises histopatológicos dos rins e fígado foram investigados. No total, 22 substâncias fenólicas, 1 ácido orgânico e 3 carboidratos foram caracterizados. Este estudo demonstrou, por RMNq, que quercitrina, hiperosídeo e corilagina estão em altas concentrações no extrato seco de MmAPA, bem como, a catequina no extrato de EbAPA. Na análise dos gráficos de loadings das 3 componentes principais (68,01%), foi possível concluir que ácido quínico, ácido gálico, catequina, miricitrina e quercitrina são principais marcadores químicos dessas espécies. Além disso, esses marcadores foram identificados em 15 amostras comerciais. MmAPA, MmEAO, EpEAO, EpAPA, EpRAD e EbAPA apresentaram inibição da enzima -glucosidase. Contudo, não foi observada inibição frente as demais enzimas. A administração crônica de MmAPA (25 mg/kg e 50 mg/kg de pc) e EbAPA (50 mg/kg pc) resultou na redução dos níveis de glicose em animais diabéticos, semelhante à acarbose. Esses resultados são associados à catequina, miricitrina, quercitrina, procianidina tipo-B e corilagina, as quais são presentes nesses extratos. No entanto, EbAPA (100 e 200 mg/kg pc) causou morte prematura de camundongos até 22 dias de tratamento. Os resultados sugerem que o mecanismo de toxicidade desse extrato pode estar relacionado ao agravo do estresse oxidativo no fígado. O estudo histopatológico indicou que EbAPA não reduziu a progressão da toxicidade do diabetes causada por STZ. Portanto, este estudo possibilitou a autenticação de matérias-primas vegetais comercializadas como pedra-ume-caá, uma vez que os resultados identificaram os principais marcadores químicos dessas espécies. Além disso, demonstrou o potencial hipoglicemiante das folhas de E. biflora e M. multiflora. No entanto, o uso do chá de EbAPA por período prolongado pode ser prejudicial a seus usuários devido a sua considerável toxicidade, a qual necessita ser melhor investigada. |