Corantes alternativos para uso no diagnóstico baciloscópico de Tuberculose.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Fujimoto, Luciana Botinelly Mendonça
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5376739841367427
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
BR
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3110
Resumo: Em quase todos os programas mundiais de controle da Tuberculose, a avaliação baciloscópica é adotada como primeira opção de exame diagnóstico da doença. A Organização Mundial de Saúde estima que 150 milhões de pessoas, entre os anos de 2002 e 2020, adoecerão por Tuberculose, e este seria o número mínimo de baciloscopias a serem realizadas neste período. A coloração mais utilizada na baciloscopia é a de Ziehl-Neelsen, descrita há mais de 125 anos. Tem como princípio a propriedade que as micobactérias possuem, incluindo o Mycobacterium tuberculosis principal causador da Tuberculose, de reter uma solução corante composta por fucsina básica e fenol (carbolfucsina) em sua parede celular, mesmo após lavagem com solução álcool-ácida. Entretanto, a carbolfucsina é considerada indutora de tumores em roedores, quando introduzida em sua dieta, e há referência a perigo de grande dano para saúde humana em caso de exposição prolongada, com possíveis efeitos irreversíveis. É produto combustível, que em caso de aquecimento, como o recomendado para a execução da principal técnica de coloração, forma gases de combustão e vapores perigosos para inalação. Nenhuma opção de substituto menos tóxico que a carbolfucsina foi até o momento proposto. Desta forma, foi realizado estudo experimental de avaliação de doze corantes alternativos na execução de coloração baciloscópica para micobactérias, visando aplicação em amostras clínicas submetidas ao diagnóstico laboratorial da Tuberculose. Para tanto, foram preparadas soluções dos corantes em teste - em diferentes concentrações e sem adição de fenol. Para os testes, baciloscopias positivas para BAAR, obtidas a partir de amostras de escarro e de isolado clínico de M. tuberculosis, foram coradas sem aquecimento, por 5 minutos, descoradas com solução álcool-ácido por 1 minuto, e contra-coradas com azul de metileno, por 1 minuto. As leituras microscópicas foram realizadas em campo claro e em fluorescência (três filtros), objetiva de imersão (aumento de 100x). O corante mais promissor foi o alcalóide de espécie vegetal (AEV), o qual permitiu visualização bacilar, em microscopia de fluorescência, filtros azul e verde, sem agregação excessiva às células de fundo e/ou à secreção mucóide presente em amostras de escarro. Testes de sensibilidade de detecção bacilar, de especificidade, e comparativo com método bacteriológico tradicional confirmaram o potencial de utilização do AEV. Testes de otimização visando sua utilização para leitura em microscopia tradicional foram realizados, sem obter sucesso, fato que indica a realização de novos testes. Três alcalóides purificados e quatro frações alcaloídicas de possíveis fontes amazônicas do AEV foram testados e considerados como promissores para uso na coloração de micobactérias. Estes podem ao serem agregados ao AEV, propiciar o corante ideal para o diagnóstico da Tuberculose, permitindo visualização tanto à microscopia tradicional, quanto à de fluorescência.