A dimensão subjetiva do trabalho acadêmico: com a palavra os estudantes de pós-graduação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinheiro, Carolina Jean
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3193185698078637
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7806
Resumo: O universo acadêmico tem sido alvo de inúmeras transformações na contemporaneidade, com desdobramentos que tem alcançado a dimensão subjetiva de alunos de mestrado e doutorado, especialmente com a intensificação do produtivismo. Assim, esta dissertação tem por objetivo compreender a dimensão subjetiva do trabalho de estudantes de pós-graduação de uma universidade federal localizada na cidade de Manaus/AM, partindo dos fundamentos teóricos-metodológicos da Psicodinâmica do Trabalho – PdT, desenvolvida por Christophe Dejours. A PdT considera que o sentido atribuído pelos trabalhadores a determinada situação de trabalho é fundamental para compreender as vivências de prazer-sofrimento, diante do real do trabalho e da organização do trabalho. Neste sentido, é através da reflexão e da fala que os estudantes de pós-graduação podem impulsionar a mobilização necessária para as transformações das vivências de sofrimento no trabalho em vivências de prazer. Para tanto, a pesquisa foi de caráter qualitativo e utilizou a sistemática de análise do Método de Comparação Constante - MCC para análise dos dados. A coleta dos dados foi realizada através de entrevistas individuais com a utilização de roteiro semiestruturado, as quais foram gravadas em áudio, transcritas e analisadas. Os participantes foram 13 (treze) estudantes de pós-graduação stricto sensu, mestrado ou doutorado. Os resultados possibilitaram conhecer a face do trabalho acadêmico no lócus pesquisado, um trabalho cuja definição ainda é difusa, muitas vezes invisível e precarizado, marcado pela sobrecarga, com bolsas de fomento de valores insuficientes e desatualizados, sustentado pela ideia simbólica da construção de um projeto de vida. Além disso, foi possível apreender as vivências de prazer, as quais estão relacionadas à autonomia, ao aprendizado e à possibilidade de transformação do mundo através da aplicabilidade e utilidade das pesquisas. Quanto os agravantes de sofrimento figuram os processos relacionados à escrita, as cobranças excessivas para publicações de excelência, o sentimento de inadequação ou do medo de não estar à altura das exigências, a obrigatoriedade de disciplinas que não são centrais para as pesquisa, a burocracia que atrasa, emperra ou impede o andamento das pesquisas e as incertezas perante o futuro, seja na docência ou na pesquisa. Como estratégias de mediação foi identificado que estas atuam primordialmente para adaptação ao trabalho, sendo amparadas nas relações sociais dentro e fora do trabalho acadêmico, nos exercícios físicos, na meditação, no gerenciamento do tempo, na atitude positiva e na procrastinação ou a inércia. Por fim, foram sinalizadas como patologias no contexto do trabalho acadêmico na pós-graduação: a ansiedade, o estresse, a depressão, o sobrepeso, a enxaquecas, as cefaleias, a gastrite nervosa e até ideações suicidas.