Das flechas às palavras escritas: uma análise das Cartas Munduruku no processo de resistência às hidrelétricas e na luta pela demarcação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Polinesio, Luana Lila Orlandi
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5567215951811239
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8151
Resumo: Esta pesquisa aborda as Cartas escritas pelo povo Munduruku no contexto de sua luta pela garantia e proteção de seu território tradicional no Médio Tapajós durante o embate contra a construção de hidrelétricas no rio Tapajós. Entendo que tais Cartas fazem parte do processo de resistência deste povo à imposição, pelo governo federal, de projetos desenvolvimentistas no entorno de seus territórios, configurando uma importante ferramenta de mobilização pela garantia de seus direitos. Esta pesquisa utiliza as Cartas Munduruku publicadas na internet como material etnográfico sobre como os Munduruku do Pará formulam suas questões e se autorrepresentam em um debate político amplo. As Cartas Muduruku expressam como este povo investiu na interlocução com a sociedade nacional e internacional, sendo uma manifestação do protagonismo do povo, e representativas de sua busca por um espaço de fala e agência no debate político nacional a respeito dos grandes empreendimentos para a Amazônia. Como material etnográfico, as Cartas também demonstram a articulação e tradução realizada pelos Munduruku acerca dos diferentes mundos e existências que os afetam, expressando uma interlocução interétnica na qual os Munduruku buscam aproximar o não indígena e formar uma rede de comunicação capaz de criar aliados para suas reivindicações.