A Elegia Epistolar como recurso discursivo na obra Heroides, de Ovídio
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9854 |
Resumo: | Ovídio, escritor do período imperial romano, é autor da obra Heroides (20 - 16 a.C.) onde encontram-se várias epístolas escritas por personagens da mitologia. A obra é escrita utilizando como recurso métrico o chamado metro elegíaco (dísticos: hexametro datílico e pentâmetros) aliado à estrutura do gênero Epistolar. Tradicionalmente, a poesia elegíaca romana comporta o uso da primeira pessoa e seu eu-lírico é masculino, todavia, em Heroides, Ovídio modifica esse sistema e concede voz ao feminino. Quem assina as epístolas são majoritariamente personagens femininas. Considerando esses aspectos da obra ovidiana, esta pesquisa propõe-se a analisar a combinação dos dois gêneros literários, a Elegia e o Epistolar, como recurso discursivo utilizado pelas heroínas, presentes em Heroides. Para tanto, refletiremos acerca da construção da narrativa ovidiana a fim de compreender o mecanismo de escritura escolhido pelo poeta para dar voz ao feminino, trazendo discussões acerca dos elementos narrativos que revelam as vozes presentes na obra – autor, heroínas, leitor – tomando como base noções dispostas por Barthes (2004), Foucault (2006), Jauss (1969) e Vasconcellos (2016). Após estabelecer os lugares do autor, das heroínas e do leitor, qualificaremos a Elegia e o Epistolar, apontando-os como espaço de manifestação feminina em Heroides, pois é por meio da estrutura dos dois gêneros literários que percebemos a presença das vozes das heroínas. É graças à combinação dos gêneros que as personagens podem apresentar suas histórias repletas de desejo, amor e abandono. Por fim, observaremos que alguns comportamentos adotados pelas heroínas se encontram ligados às relações que se dão entre os gêneros feminino e masculino, ou melhor, entre as heroínas e os heróis. Pensando nisso, refletiremos sobre o feminino nas ambiências sociais, históricas e culturais a fim de identificar, por meio dos discursos femininos, as possíveis relações entre o mundo mitológico e a sociedade imperial à luz dos Estudos de Gêneros, segundo Scott (2019). |