Entre curtidas no Instagram: a exposição de crianças nas redes sociais e suas possíveis consequências ao desenvolvimento infantil
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7135 |
Resumo: | Com o advento da internet e das tecnologias comunicacionais, as redes sociais on-line ganharam visibilidade e importância, sendo amplamente utilizadas em todo o mundo, favorecendo a troca de informações, a comunicação e a propagação de ideias. As mudanças tecnológicas implicaram em mudanças na vida social das pessoas e, em especial, nas relações que se estabelecem no âmbito das famílias, com impacto sobre a rotina, a dinâmica de funcionamento e as formas de comunicação. Nesse contexto, surge a prática do oversharenting, termo em inglês que significa o compartilhamento excessivo da vida parental por meio da criação de uma identidade digital para o(a) filho(a), expondo sua rotina, imagem, hábitos e características nas redes sociais. Assim, por meio deste estudo, investigamos as possíveis consequências da exposição infantil na rede social Instagram sobre o desenvolvimento infantil, com base na Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner, e discutimos o uso de perfis infantis ou de maternidade/paternidade no Instagram. Para tanto, utilizamos a Etnografia Virtual ou Netnografia. A coleta de dados se deu através de pesquisa manual de hashtags, por meio de um formulário on-line respondido por 30 (trinta) mães/pais usuárias(os) da rede social Instagram, além da realização de observações e registros em diário de campo. Os resultados foram organizados em categorias de análise: oversharenting e a vida familiar, mídia e consumo infantil, adultização infantil, oversharenting e considerações legais sobre a sua prática. Os resultados apontaram que os perfis de maternidade no Instagram são, muitas vezes, uma forma da família inserir a criança no mundo digital e ainda de definir suas primeiras experiências na rede. Visualizamos a estreita relação entre visibilidade infantil no Instagram e as práticas relacionadas ao consumo e ao processo de adultização infantil, questões que podem ser consideradas prejudiciais ao desenvolvimento, considerando-se a tenra idade da criança e sua incapacidade em opinar ou definir o uso de sua imagem e de suas informações pessoais nas redes sociais. Por fim, observamos que a exposição exagerada de informações de crianças e adolescentes nas redes sociais pode representar ameaça à intimidade, à vida privada e ao direito à imagem, questões que representam, em muitos dos casos, a violação de direitos legais e constitucionais, estabelecidos com o fim de preservar e proteger as crianças e os adolescentes enquanto pessoas em desenvolvimento. |