Saberes e fazeres da equipe técnica no sistema socioeducativo em meio aberto no município de Manaus: “as(os) especialistas são vocês!” Knowledge and practices of the technical team in the non-custodial socio-educational system in the city of Manaus: “The experts are you!”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Luna, Kíssia Valéria Cavalcanti
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0725005418504555
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8024
Resumo: A presente pesquisa enfoca as práticas das equipes psicossociais que atendem adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto nos CREAS - Centros de Referência Especializados de Assistência Social de Manaus-AM. Apesar de preferíveis às restritivas de liberdade, as medidas em meio aberto tem se caracterizado pela complexidade de sua operacionalização, resultando em incertezas por parte da equipe acerca da efetividade das ações desenvolvidas. A partir da execução do projeto “Espaço de Vivências em Socioeducação”, o qual promovia encontro entre as equipes profissionais onde as mesmas problematizavam o seu fazer, trocavam experiências e construíam conjuntamente propostas visando à solução de algumas de suas demandas, postulou-se realizar um estudo objetivando compreender as práticas destas profissionais, a partir da confrontação que realizam sobre o próprio fazer, destacando a potencialidade e a fragilidade de suas ações, atentando para os movimentos de mudança a fim de superar dificuldades. Tendo como base o referencial teórico da Psicologia Histórico-cultural e a Clínica da Atividade, propôs-se uma pesquisa de cunho qualitativo através de autoconfrontações simples e cruzadas com os profissionais dos cinco CREAS existentes da cidade. Nestas sessões, os participantes avaliaram o próprio fazer e de seus pares. Posteriormente, adolescentes atendidos pelas equipes foram entrevistados acerca do fazer dos profissionais responsáveis por acompanhar a medida. Como resultado, percebeu-se a criação de novos quadros discursivos para acolher e entender a potencialidade e a percepção de que em diferentes momentos do percurso do adolescente no sistema socioeducativo, as ações socioeducativas revelavam fragilidades. Com o auxílio da Teoria Fundamentada para a análise dos dados, construiu-se uma hipótese integradora que mostra que a prática é mediada por instrumentais e pela prescrição legal-institucional, com a presença de fatores que interferem negativamente no cumprimento da medida. Contudo, mediante as exigências do real da atividade, os profissionais apresentam variações de estilo que ora renovam, ora mantém o gênero profissional, no intuito de superar as dificuldades do fazer e ampliar o poder de agir individual e coletivamente. Concluiu-se que as autoconfrontações geraram envolvimento participativo dos profissionais, fator fundamental ao processo reflexivo, compreensão das instâncias do trabalho, desenvolvimento das equipes de trabalho e daquilo que faz o gênero profissional. Destaque é dado na hipótese integradora à mediação dos instrumentos em todas as esferas e relações concernentes ao processo socioeducativo, à criatividade da equipe na transformação do seu fazer e aos vínculos constituídos entre profissionais e jovens. As falas dos adolescentes atendidos pelas equipes de referência corroboram que o fazer desses profissionais favorece o estabelecimento de um ambiente favorável, promotor de mudanças na vida dos cumpridores de medida socioeducativa em meio aberto.